Tudo começou pela vontade de provocar um reencontro. A minha mudança deu-me a oportunidade de conhecer muitas coisas diferentes daquilo que eu até então conhecia, novas pessoas, espaço geográfico novo, novos costumes, gostos, tradições, ao mesmo tempo em que me distanciou de parte da minha família, da cidade que escolhi pra viver e, que embora não tenha nela nascido, sinto-me naturalizado. Também optei por abdicar da conclusão do curso de doutorado em Sociologia que eu fazia naquela época – maio de 2004, na Universidade Federal do Ceará (UFC).
De tudo isso decorre a saudade, menos pela distância geográfica, mais pela distância de algumas coisas que eu gosto de fazer, de algumas pessoas com as quais eu gosto de estar, conversar, trocar idéias, falar sobre política, Sociologia, Antropologia e outros assuntos acadêmicos, saber dos últimos lances desencadeados na política do Maranhão e, especificamente, na política ludovicense. Sair, ir ao cinema, esticar a noite tomando um caldo num lugar aconchegante, comendo uma comida japonesa ou da gostosa cozinha maranhense, dançar reggae, ou assistir, participar de um pagode na Madre de Deus, ou na Praia Grande.
Além das coisas lúdicas e das pessoas que gosto, senti falta ainda de outras coisas que gosto de fazer, como trabalhos de pesquisa, escrever artigos acadêmicos, escrever artigos para jornais – coisas com as quais trabalhava e sentia muito prazer.
De repente, me vi num Banco repetindo afazeres quotidianamente, mecanicamente, intensamente. Mas havia sonhos agregados a essa mudança, sonhos de alcançar objetivos por caminhos lícitos e meritosos, como foi o concurso que me conduziu a ser um engenheiro agrônomo de um Banco, aos 46 seis anos de idade, deixando outros empregos, o curso de doutorado, casa, filhos em São Luís, para morar no interior do Estado do Tocantins. Enfim, deixei o que chamam de “zona de conforto” ou “zona de comodismo”, para perseguir a concretização de novos sonhos, a consecução de novos objetivos.
Não foi fácil, no período que eu chamaria de adaptação, o silêncio, a saudade, o banzo, deram vazão a uma série de doenças. Nunca havia adoecido tanto, somatizado tanto e tão gravemente. Passei por dificuldades que só a família, o núcleo familiar mais próximo percebe.
Depois veio a calmaria com a adaptação, com o aprendizado da vivência e da convivência. Com o descobrimento dos lugares, enfim chegara a fase do conhecimento e do reconhecimento. Tudo isso é como se tivesse vivendo um rito de passagem para alcançar uma fase enigmática, atravessando uma sucessão de etapas.
Como parte dos sonhos, iniciei uma fase de construção de caminhos para a felicidade, mas, os caminhos sonhados, queria eu construí-los como nos sonhos, pelo modo ideal. Mas, na realidade, a construção de caminhos dessa estirpe não se realiza sem interferências, articulações, apoio de outrem e conchavos. Simplesmente porque são caminhos desejados por iguais e outros ainda mais iguais, não se conquistam assim como nos sonhos, mas na luta, na disputa, às vezes como na guerra e, o pior, com toda a ilicitude própria das guerras e das disputas sub-reptícias das políticas próprias desses embates.
Quando percebi isso, o meu interior se encheu de nuvens turvas precipitando em mim a tristeza de me reconhecer ingênuo no meio de um processo para o qual me julgava preparado e de acreditar em sonhos sem pavimentar a estrada de concretização destes do mesmo modo como fizeram os meus concorrentes.
A tristeza que sobre mim se abateu parecia infinda, mas as pessoas que fazem o percurso que eu fiz e chegam aonde eu cheguei, da maneira como cheguei, jamais podem se dar à incipiência de confundir luta e guerra. Aquela constitui parte desta, mas nem sempre significa o seu final. Foi então que eu decidir fazer coisas que gosto e que me fazem feliz, afastando de mim a tristeza aguda que pavimenta os caminhos à depressão. Tenho muito medo desta, nunca a senti, não a desejo e, enquanto puder, dela me manterei distante.
Assim pensei, assim o fiz. Dois projetos vieram à tona: o primeiro foi fazer um blog no qual eu colocasse as minhas idéias em artigos e crônicas feitas sobre assuntos do quotidiano; o segundo, construir um texto sobre a minha experiência de trabalho no Banco. Ambos foram iniciados, mas o projeto do texto, como exige algumas pesquisas ou verificações adicionais, exigindo de mim mais fôlego, ainda está em sua fase preliminar. Entretanto, pretendo continuá-lo e concluí-lo neste ano de 2009.Quanto ao blog, creio que é um projeto pessoal vitorioso.
De tudo isso decorre a saudade, menos pela distância geográfica, mais pela distância de algumas coisas que eu gosto de fazer, de algumas pessoas com as quais eu gosto de estar, conversar, trocar idéias, falar sobre política, Sociologia, Antropologia e outros assuntos acadêmicos, saber dos últimos lances desencadeados na política do Maranhão e, especificamente, na política ludovicense. Sair, ir ao cinema, esticar a noite tomando um caldo num lugar aconchegante, comendo uma comida japonesa ou da gostosa cozinha maranhense, dançar reggae, ou assistir, participar de um pagode na Madre de Deus, ou na Praia Grande.
Além das coisas lúdicas e das pessoas que gosto, senti falta ainda de outras coisas que gosto de fazer, como trabalhos de pesquisa, escrever artigos acadêmicos, escrever artigos para jornais – coisas com as quais trabalhava e sentia muito prazer.
De repente, me vi num Banco repetindo afazeres quotidianamente, mecanicamente, intensamente. Mas havia sonhos agregados a essa mudança, sonhos de alcançar objetivos por caminhos lícitos e meritosos, como foi o concurso que me conduziu a ser um engenheiro agrônomo de um Banco, aos 46 seis anos de idade, deixando outros empregos, o curso de doutorado, casa, filhos em São Luís, para morar no interior do Estado do Tocantins. Enfim, deixei o que chamam de “zona de conforto” ou “zona de comodismo”, para perseguir a concretização de novos sonhos, a consecução de novos objetivos.
Não foi fácil, no período que eu chamaria de adaptação, o silêncio, a saudade, o banzo, deram vazão a uma série de doenças. Nunca havia adoecido tanto, somatizado tanto e tão gravemente. Passei por dificuldades que só a família, o núcleo familiar mais próximo percebe.
Depois veio a calmaria com a adaptação, com o aprendizado da vivência e da convivência. Com o descobrimento dos lugares, enfim chegara a fase do conhecimento e do reconhecimento. Tudo isso é como se tivesse vivendo um rito de passagem para alcançar uma fase enigmática, atravessando uma sucessão de etapas.
Como parte dos sonhos, iniciei uma fase de construção de caminhos para a felicidade, mas, os caminhos sonhados, queria eu construí-los como nos sonhos, pelo modo ideal. Mas, na realidade, a construção de caminhos dessa estirpe não se realiza sem interferências, articulações, apoio de outrem e conchavos. Simplesmente porque são caminhos desejados por iguais e outros ainda mais iguais, não se conquistam assim como nos sonhos, mas na luta, na disputa, às vezes como na guerra e, o pior, com toda a ilicitude própria das guerras e das disputas sub-reptícias das políticas próprias desses embates.
Quando percebi isso, o meu interior se encheu de nuvens turvas precipitando em mim a tristeza de me reconhecer ingênuo no meio de um processo para o qual me julgava preparado e de acreditar em sonhos sem pavimentar a estrada de concretização destes do mesmo modo como fizeram os meus concorrentes.
A tristeza que sobre mim se abateu parecia infinda, mas as pessoas que fazem o percurso que eu fiz e chegam aonde eu cheguei, da maneira como cheguei, jamais podem se dar à incipiência de confundir luta e guerra. Aquela constitui parte desta, mas nem sempre significa o seu final. Foi então que eu decidir fazer coisas que gosto e que me fazem feliz, afastando de mim a tristeza aguda que pavimenta os caminhos à depressão. Tenho muito medo desta, nunca a senti, não a desejo e, enquanto puder, dela me manterei distante.
Assim pensei, assim o fiz. Dois projetos vieram à tona: o primeiro foi fazer um blog no qual eu colocasse as minhas idéias em artigos e crônicas feitas sobre assuntos do quotidiano; o segundo, construir um texto sobre a minha experiência de trabalho no Banco. Ambos foram iniciados, mas o projeto do texto, como exige algumas pesquisas ou verificações adicionais, exigindo de mim mais fôlego, ainda está em sua fase preliminar. Entretanto, pretendo continuá-lo e concluí-lo neste ano de 2009.Quanto ao blog, creio que é um projeto pessoal vitorioso.