Era o final da década de 1970, quando o carnaval de São Luís tinha uma participação muito significativa dos blocos organizados. Eram muitos e muito bons concorrentes entre si: Mocidade Independente Turma do Saco – MITS, Unidos do Regional Tocado a Álcool – URTA, Turma do Lamê, Sem Komentários, Turma do Fola, Retiro Natal, e muitos outros blocos organizados todos de considerável qualidade.
Na época, participávamos da Turma do Saco, uma grande paixão na minha vida de folião, participante da comunidade do Bairro do Codozinho. Eis a questão. Na Turma do Saco, optamos por ser mais que um bloco carnavalesco, um clube comunitário, com compromisso com a comunidade. Diria que na época nos sentíamos responsáveis pela animação do bairro. Ali festejávamos datas como o dia dos anciãos, o dia das mães, o dia dos pais, o dia das crianças, o período junino, o Natal e outras datas festivas do nosso calendário.
Mas, éramos um bloco carnavalesco situado na Grande Madre de Deus, reino do URTA. Precisávamos também alegrar o bairro do Codozinho com títulos carnavalescos, mas para isso tínhamos que superar os nossos irmãos ali da Madre de Deus. Foi então que montamos uma estratégia que iniciava por um esforço coletivo de dar notoriedade à Turma do Saco.
Nesse projeto os radialistas e jornalistas de São Luís foram grandes aliados. O outro nosso ilustre aliado foi o Maestro Nonato. Passamos a fazer festas de escolha do samba enredo do bloco e a divulgação do samba nas emissoras de rádio de São Luís. Para tanto tínhamos que gravar o samba. Mas como e onde?
Éramos um grupo de jovens amantes do samba e tocávamos alguns instrumentos, mas não entendíamos de estúdio, não conhecíamos nada do processo de gravação fonográfica, mas tínhamos uma força de vontade capaz de superar qualquer dificuldade ou obstáculo que se pusesse a nossa frente – éramos a Turma do Saco do Codozinho.
Num bloco carnavalesco a maioria dos músicos são percussionistas e, quando não se tem o costume de tocar num ambiente que integre percussão com instrumentos de corda a coisa às vezes complica. Num estúdio então, é um Deus-nos-acuda. Por isso é que temos muito respeito pelo Maestro Nonato. Ele nos recebia em seu estúdio e nos dirigia horas e horas durante a gravação dos sambas enredo da Turma do Saco. Paciente, competente, músico de notória capacidade educativa, um amante da música, sobretudo da música que fazemos aqui no Maranhão.
Maestro Nonato nos deixava tocando horas a fio e aos poucos ia fazendo um trabalho educativo até que chegássemos a um estado que valesse a pena gravar. Assim foram os primeiros anos, depois fomos aprendendo com ele, mudando o nosso comportamento em estúdio e, consequentemente, extraindo um produto melhor do nosso trabalho musical.
Essa parceria ilustre atravessou os anos 1980, quando a Turma do Saco ganhou uma série de títulos, com o auxílio brilhante do nosso maravilhoso maestro.
Maestro, na verdade o respeito que temos por você foi construído carinhosamente nesse interregno específico da História da Música Popular Maranhense, cuja construção você protagonizou como Maestro, dono do inesquecível grupo Nonato e seu Conjunto, e ainda, como pioneiro na edificação de um estúdio musical, possibilitando que músicos maranhenses tivessem a oportunidade de gravar e difundir os seus trabalhos. Por tudo que fez por nós e conosco, dedico-lhe as minhas palavras, sobretudo, de agradecimento e de reconhecimento da lacuna musical que neste setembro o senhor deixa, após prestar uma relação imensurável de serviços à música maranhense.
Sabemos, maestro Nonato, que para além do seu trabalho como músico, pianista, você teve muitos aprendizes que hoje brilham e ampliam o elenco de discípulos que beberam na fonte de conhecimento musical que você foi. Zé Américo, Valber, Oberdã, Pitomba, são ilustres músicos que continuam o trabalho que você começou em um tempo que ser músico era algo muito difícil.
Por tudo isso, Maestro Nonato, os nossos mais sinceros, saudosos e carinhosos respeitos.
Obrigado por comentar.
Na época, participávamos da Turma do Saco, uma grande paixão na minha vida de folião, participante da comunidade do Bairro do Codozinho. Eis a questão. Na Turma do Saco, optamos por ser mais que um bloco carnavalesco, um clube comunitário, com compromisso com a comunidade. Diria que na época nos sentíamos responsáveis pela animação do bairro. Ali festejávamos datas como o dia dos anciãos, o dia das mães, o dia dos pais, o dia das crianças, o período junino, o Natal e outras datas festivas do nosso calendário.
Mas, éramos um bloco carnavalesco situado na Grande Madre de Deus, reino do URTA. Precisávamos também alegrar o bairro do Codozinho com títulos carnavalescos, mas para isso tínhamos que superar os nossos irmãos ali da Madre de Deus. Foi então que montamos uma estratégia que iniciava por um esforço coletivo de dar notoriedade à Turma do Saco.
Nesse projeto os radialistas e jornalistas de São Luís foram grandes aliados. O outro nosso ilustre aliado foi o Maestro Nonato. Passamos a fazer festas de escolha do samba enredo do bloco e a divulgação do samba nas emissoras de rádio de São Luís. Para tanto tínhamos que gravar o samba. Mas como e onde?
Éramos um grupo de jovens amantes do samba e tocávamos alguns instrumentos, mas não entendíamos de estúdio, não conhecíamos nada do processo de gravação fonográfica, mas tínhamos uma força de vontade capaz de superar qualquer dificuldade ou obstáculo que se pusesse a nossa frente – éramos a Turma do Saco do Codozinho.
Num bloco carnavalesco a maioria dos músicos são percussionistas e, quando não se tem o costume de tocar num ambiente que integre percussão com instrumentos de corda a coisa às vezes complica. Num estúdio então, é um Deus-nos-acuda. Por isso é que temos muito respeito pelo Maestro Nonato. Ele nos recebia em seu estúdio e nos dirigia horas e horas durante a gravação dos sambas enredo da Turma do Saco. Paciente, competente, músico de notória capacidade educativa, um amante da música, sobretudo da música que fazemos aqui no Maranhão.
Maestro Nonato nos deixava tocando horas a fio e aos poucos ia fazendo um trabalho educativo até que chegássemos a um estado que valesse a pena gravar. Assim foram os primeiros anos, depois fomos aprendendo com ele, mudando o nosso comportamento em estúdio e, consequentemente, extraindo um produto melhor do nosso trabalho musical.
Essa parceria ilustre atravessou os anos 1980, quando a Turma do Saco ganhou uma série de títulos, com o auxílio brilhante do nosso maravilhoso maestro.
Maestro, na verdade o respeito que temos por você foi construído carinhosamente nesse interregno específico da História da Música Popular Maranhense, cuja construção você protagonizou como Maestro, dono do inesquecível grupo Nonato e seu Conjunto, e ainda, como pioneiro na edificação de um estúdio musical, possibilitando que músicos maranhenses tivessem a oportunidade de gravar e difundir os seus trabalhos. Por tudo que fez por nós e conosco, dedico-lhe as minhas palavras, sobretudo, de agradecimento e de reconhecimento da lacuna musical que neste setembro o senhor deixa, após prestar uma relação imensurável de serviços à música maranhense.
Sabemos, maestro Nonato, que para além do seu trabalho como músico, pianista, você teve muitos aprendizes que hoje brilham e ampliam o elenco de discípulos que beberam na fonte de conhecimento musical que você foi. Zé Américo, Valber, Oberdã, Pitomba, são ilustres músicos que continuam o trabalho que você começou em um tempo que ser músico era algo muito difícil.
Por tudo isso, Maestro Nonato, os nossos mais sinceros, saudosos e carinhosos respeitos.
Obrigado por comentar.