Lembro-me dos professores falando sorridentes e sarcásticos de um certo “muito bem feitinho” projeto elaborado para desenvolver o plantio e a industrialização do coco babaçu, no Maranhão, nos anos 1960 e 1970. “Eles sequer sabiam com quantos anos a palmeira frutificava e quando souberam ficaram atônitos”, falavam assim os meus professores daqueles projetistas (malucos?) que teimavam no adestramento da palmeira, querendo tirá-la do status de planta nativa, para o de planta cultivada - cultura do babaçu.
Há pouco tempo eu andava numa área em que o proprietário mostrava-me, tal qual os meus professores de outrora, palmeiras de babaçu, dizendo: “veja como elas estão alinhadas, ainda dá para perceber o alinhamento e o espaçamento de muitas que aí foram plantadas pela indústria tal”. Senti no meu guia mais que o simples sarcasmo ao desconhecimento, externado pelos meus ex-professores. Nele o comentário saía eivado de ira. A empresa a que ele se referia, lutara, no passado, numa inglória disputa de terras, tentando o domínio de uma imensa área de terras que ela pretendia para o cultivo do babaçu, que hoje abrangeria dois ou três municípios do Estado do Tocantins.
Hoje eu percebo que tanto na postura dos meus ex-professores, como na postura do proprietário desafeto da indústria de coco babaçu, há um desprezo pela pesquisa científica que se destinaria a dominar e interferir no ciclo de desenvolvimento da palmeira nativa. Essa idéia era muito forte há décadas atrás, embora num dos vértices da cadeia produtiva do babaçu sejam notáveis as investidas da indústria na tentativa da criação de máquinas que aperfeiçoem, na linha de produção, a extração da amêndoa.
Seria em vão pesquisa nesse sentido? Será que se tivéssemos insistido em pesquisas para agregar melhorias à planta, nesses 30, 40 anos, já não teríamos logrado êxito em algum aspecto? Ainda que, de alguma forma, a industrialização do babaçu seja exitosa, no tocante ao processo de desenvolvimento da planta não podemos dizer o mesmo. Pior, neste sentido, ainda devemos muita pesquisa ao babaçu.
Se pesquisas tivessem sendo executadas nesse sentido, nesse interregno em que falamos e levantamos tantas questões sobre esta tão significante palmeira, possivelmente, muito conhecimento novo seria criado, creio, em aspectos como, processo de germinação da semente, desenvolvimento de plantas de menor porte, aceleração do processo de frutificação, ou produção comercial de frutos, entre outros aspectos.
Todo esforço da pesquisa científica nesse sentido deve ser, no mínimo, respeitável. O que não pode é manter-se uma postura romântica de adoração à palmeira, sem, contudo, desenvolvermos pesquisa que vise melhoramento da planta. Esta é uma postura que podemos abominar porque já a adotamos, no Estado do Maranhão, em relação ao arroz e ao algodão, e o resultado dispensa comentário. No âmbito nacional, a seringueira também foi vítima do imobilismo científico-governamental. Não logrou a mesma sorte o jaborandi, porque foi objeto da adoção transnacional – o que se deve evitar para os demais frutos desta terra. No caso do babaçu, tanto a iniciativa privada, quanto os órgãos oficiais, apesar dos ganhos aferidos pela palmeira, ainda estão devendo muito investimento em pesquisa para esta fonte de renda e de vida – a palmeira do babaçu.
Há pouco tempo eu andava numa área em que o proprietário mostrava-me, tal qual os meus professores de outrora, palmeiras de babaçu, dizendo: “veja como elas estão alinhadas, ainda dá para perceber o alinhamento e o espaçamento de muitas que aí foram plantadas pela indústria tal”. Senti no meu guia mais que o simples sarcasmo ao desconhecimento, externado pelos meus ex-professores. Nele o comentário saía eivado de ira. A empresa a que ele se referia, lutara, no passado, numa inglória disputa de terras, tentando o domínio de uma imensa área de terras que ela pretendia para o cultivo do babaçu, que hoje abrangeria dois ou três municípios do Estado do Tocantins.
Hoje eu percebo que tanto na postura dos meus ex-professores, como na postura do proprietário desafeto da indústria de coco babaçu, há um desprezo pela pesquisa científica que se destinaria a dominar e interferir no ciclo de desenvolvimento da palmeira nativa. Essa idéia era muito forte há décadas atrás, embora num dos vértices da cadeia produtiva do babaçu sejam notáveis as investidas da indústria na tentativa da criação de máquinas que aperfeiçoem, na linha de produção, a extração da amêndoa.
Seria em vão pesquisa nesse sentido? Será que se tivéssemos insistido em pesquisas para agregar melhorias à planta, nesses 30, 40 anos, já não teríamos logrado êxito em algum aspecto? Ainda que, de alguma forma, a industrialização do babaçu seja exitosa, no tocante ao processo de desenvolvimento da planta não podemos dizer o mesmo. Pior, neste sentido, ainda devemos muita pesquisa ao babaçu.
Se pesquisas tivessem sendo executadas nesse sentido, nesse interregno em que falamos e levantamos tantas questões sobre esta tão significante palmeira, possivelmente, muito conhecimento novo seria criado, creio, em aspectos como, processo de germinação da semente, desenvolvimento de plantas de menor porte, aceleração do processo de frutificação, ou produção comercial de frutos, entre outros aspectos.
Todo esforço da pesquisa científica nesse sentido deve ser, no mínimo, respeitável. O que não pode é manter-se uma postura romântica de adoração à palmeira, sem, contudo, desenvolvermos pesquisa que vise melhoramento da planta. Esta é uma postura que podemos abominar porque já a adotamos, no Estado do Maranhão, em relação ao arroz e ao algodão, e o resultado dispensa comentário. No âmbito nacional, a seringueira também foi vítima do imobilismo científico-governamental. Não logrou a mesma sorte o jaborandi, porque foi objeto da adoção transnacional – o que se deve evitar para os demais frutos desta terra. No caso do babaçu, tanto a iniciativa privada, quanto os órgãos oficiais, apesar dos ganhos aferidos pela palmeira, ainda estão devendo muito investimento em pesquisa para esta fonte de renda e de vida – a palmeira do babaçu.