sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meus filhos e o dia dos pais

Sou um homem muito feliz com os filhos que tenho. São quatro: o Paulo é sempre muito alegre e é o que mais conversa comigo. Sempre que estamos juntos grudamos. Às vezes, quando ao encontro deles, dos que moram e estudam em São Luís, penso que não vamos ter tempo de conversar muito, que eles devem estar cheios de compromissos e não terão tempo suficiente para ficarmos juntos. Engano meu, sempre estamos com muita saudade e com muita coisa para conversar. Ainda as coisas que faço lhes interessam e me interesso muito pelo que fazem.
A Juliana é, para mim um mimo de Deus. Fiquei muito ansioso quando da sua chegada a este mundo. Fiz música para ela e tudo mais. Ela tem um olhar sempre atento e muito crítico. Gosto do jeito dela, ela tem o dom de me surpreender.
Luís Fernando tem o dom de ler a minha alma, é de poucas falas, mas, sempre muito incisivo nas suas colocações. Tenho a impressão que ninguém sabe tanto o que eu sinto quanto ele. Se existe alguém capaz de num rápido olhar radiografar a minha alma, é ele – Luís Fernando.
Joana é a minha menininha alegre, falastrona, com cinco anos possui um vocabulário que eu não possuía aos dez. Explicativa quando fala, instigante e inquiridora quando ouve. Dela sempre vem tiradas inusitadas. Alegre, energizadíssima e educada, é dela a alegria que irradia os meus olhos e transborda o meu coração.
Eles, os meus filhos, presenteiam-me tanto durante o ano, que para eles o dia dos pais é apenas mais um dia do ano que eles aproveitam para me dar carinhos. Neste ano, o maior de todos os afagos no meu coração veio da Juh, é assim que eu a chamo. Vejam só como ela afagou-me neste escrito que segue:
Gosto do meu pai ...
Gosto do meu pai como a um irmão. Torço por ele, rio dele e quero-o bem. Gosto dele às vezes deste jeito horizontal, sem quem educou qual ou quem vai cuidar de quem na velhice. Às vezes o adoro como a um filho. Sinto vontade de abraçar meu querido papai e dizê-lo que aaah, Prego, se eu já fosse viva quando você era criança... lhe abraçaria e lhe cobriria de beijos, dizendo-lhe que me orgulho tanto desse menino travesso, e que lhe amo como é, e que bom que você está no mundo. Não sei se a vida dele teria sido melhor, provavelmente não. Mas como gosto dele... como gosto!Às vezes amo-lhe oportunamente como filha. Peço-lhe colo, aconchego. Eu preciso ser bem clara ao pedir carinho a ele, porque meu pai não têm bola de cristal, mas eu quase sempre esqueço. Às vezes ele me acolhe como quero, às vezes me acolhe como pode, às vezes me abandona. Sinto-me órfã, como se ele nunca tivessm existido. Outras, sinto-me a criatura mais acalentada do planeta, como se ele fossem um leão/uma leoa dedicado/a completamente a carinhar e alimentar sua filhote. Amo meu pai como a uma filha; odeio-lhe, amo-lhe, sinto a perenidade do nosso laço. Sou-lhe grata e ao mesmo cúmplice. Admiro-lhe a história e a luta, a bravura, os cabelos brancos. Como um grande pajé: deu-me ensinamentos e ama-me a sua forma. Errara comigo, talvez não mais do que eu errei/erro com ele. Perdôo-o e o amo mais ainda por isso, porque me formou, porque tentou, porque se frustou e se orgulhou, porque me ensinou a andar. Amo meu pai com uma torcida egoísta de que nunquinha morra, e com uma intransigente vontade de que esteja e seja feliz. Amo-o com resignação, compreensão, dor, palavras, ausências, erros, acertos. Aceito-o e o escolho. Amo-o como posso, e de todo o coração. Enquanto humana, enfim, amo-o como a um humano.
A mim só resta agradecer: muito obrigado Juliana Corrêa Linhares pelo amor de filha que você é. Te amo muito e, dirigindo-me a você, quero derramar-me de amor e carinho sobre todos vocês, pedindo sempre, é claro, que Deus, o grande arquiteto do universo, abençoe você, Joana, Luís Fernando e Paulo César.

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