Sim, nós podemos. Que significado tem esta frase tema da campanha de Barak Obama à presidência dos Estados Unidos da América para os negros e as minorias sociais do mundo inteiro?
Esta é uma frase contextualizada, cheia de símbolos e de vida, à proporção que segmentos sociais e grupos étnicos politicamente minoritários a assumem e a engendram de novos significados nos mais diversos pontos do planeta.
Barak Obama é um homem negro que, uma vez candidato a vaga para concorrer a Presidência do país mais poderoso do mundo, aparentemente, tinha poucas chances de vitória, ainda mais se avaliarmos o quilate da sua concorrente e companheira de partido – Hilary Clinton.
Dizer que a vitória de Obama seria difícil pelo fato de se tratar de um negro, seria simplificar demais o caso. Mas, se verificarmos atentamente que a raça negra foi alvo dos mais vis tipos de discriminação e, ainda, que vários cientistas sociais, ou metidos a tanto, se encarregaram de dar tintas científicas “às provas” de que por se tratar de um ser humano diferente o negro era também inferior aos brancos. E, uma vez assim, não teria condições de ascender socialmente, muito menos de governar ou dirigir qualquer organização e, o pior, seria, no pensamento dos racistas pretensos cientistas, destinado a ser dirigido ou escravizado pelas raças ditas superiores.
Se verificarmos os anos de escravidão negra no mundo, a história de luta pela liberdade dos negros nos Estados Unidos da América e, ainda, a circulação hegemônica do pensamento racista em vários cantos do planeta ainda nos tempos hodiernos, logo tomaremos consciência que não se tratava de uma missão fácil, a que o então candidato Barak Obama tinha pela frente – vencer a convenção do Partido Democrata, para depois tornar-se presidente do país mais poderoso do mundo.
No entanto, Obama contou com um trunfo que a própria história do povo norte-americano lhe colocou às mãos. Trata-se do fato de até a sua candidatura, somente brancos terem ocupado o cargo de presidente dos Estados Unidos da América.
Também a administração desastrosa de George W. Bush aditada ao descontentamento da maioria dos norte-americanos e à virtude que ele teve de conquistar aliados no seio da elite do seu país, constituíram pontos significativamente positivos.
Quanto ao tema, Yes, we can, revela o quanto ele e assessores foram felizes ao criarem um tema que é sobretudo um elo de identidade do candidato, hoje presidente, com o povo do seu país e do mundo.
A frase, como dissemos lá no início, está eivada de significados. Quem nele acreditou logo na primeira hora percebeu que se até uma pessoa cheia de trapalhadas como o Bush pode ser presidente dos Estados Unidos, uma pessoa inteligente, capaz, com perfil de estadista como Obama, também poderia ser.
O povo pobre, negro ou não, oprimido, viu em Obama o seu próprio retrato e de pronto o tema – Yes, we can - lhe fez ressonância intrínseca a cada um. - Claro, se Obama pode nós também podemos e votaremos nele, pois assim será mais fácil. Nós o elegeremos como representante e ele nos elegerá como meta de governo.
Para a pessoa negra que luta anos a fio sem nunca ter alcançado o pretendido lugar social sonhado, o exemplo de Obama lhe bateu à porta como um incentivo a perseverar na luta, insistir nos seus propósitos por que se ele é um de nós e conseguiu, isto é um indicativo de que se continuarmos na luta buscando os aliados certos, com objetivos bem delineados, disposição e inteligência suficientes para defender os nossos pontos de vista, nós também chegaremos lá.
A vitória de Barak Obama para aqueles que estão fora do círculo de poder e com ele se identificam, representa mais do que tudo um incentivo a lutar por seus propósitos.
Para os países negros, pobres, subdesenvolvidos, ele representa a esperança de um tratamento mais digno, de entendimento e compreensão da cultura local e mudança nas relações entre essas nações e os Estados Unidos.
O branco norte-americano, rico e poderoso percebeu que Barak Obama, mais que um negro, um político intelectual com uma imagem que desperta identidade com boa parte do mundo, é um cidadão norte-americano. Isto mesmo. Barak Obama é sobretudo um homem norte-americano. E como tal o seu sentimento primeiro e maior é cuidar das necessidades do seu país – os Estados Unidos da América do Norte.
Luís Inácio Lula da Silva por um triz não naturalizou Obama como cidadão brasileiro, quando se referindo a ele, disse aos jornalistas que a identidade dele com o povo brasileiro é tamanha que se o encontrássemos na Bahia pensaríamos que ele é bahiano. Da mesma forma, se o encontrássemos no Rio de Janeiro, pensaríamos se tratar de um carioca.
O certo é que Lula e Obama tem algo em comum. São o resultado da escolha de povos cansados de eleger uma elite branca intelectualizada que historicamente, no que pese o respeito por alguns de seus membros bem intencionados, contribuíram para colocar seus respectivos países, mantidas as proporções devidas, em patamares indesejados social, econômica e ambientalmente.Para Lula e Obama a frase caiu como uma luva e, certamente, eles serão exemplo da possibilidade que as pessoas simples tem de alcançarem patamares mais elevados na vida profissional. Por isso, eles continuarão dizendo no futuro, Yes, we can. Sim nós podemos.
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Esta é uma frase contextualizada, cheia de símbolos e de vida, à proporção que segmentos sociais e grupos étnicos politicamente minoritários a assumem e a engendram de novos significados nos mais diversos pontos do planeta.
Barak Obama é um homem negro que, uma vez candidato a vaga para concorrer a Presidência do país mais poderoso do mundo, aparentemente, tinha poucas chances de vitória, ainda mais se avaliarmos o quilate da sua concorrente e companheira de partido – Hilary Clinton.
Dizer que a vitória de Obama seria difícil pelo fato de se tratar de um negro, seria simplificar demais o caso. Mas, se verificarmos atentamente que a raça negra foi alvo dos mais vis tipos de discriminação e, ainda, que vários cientistas sociais, ou metidos a tanto, se encarregaram de dar tintas científicas “às provas” de que por se tratar de um ser humano diferente o negro era também inferior aos brancos. E, uma vez assim, não teria condições de ascender socialmente, muito menos de governar ou dirigir qualquer organização e, o pior, seria, no pensamento dos racistas pretensos cientistas, destinado a ser dirigido ou escravizado pelas raças ditas superiores.
Se verificarmos os anos de escravidão negra no mundo, a história de luta pela liberdade dos negros nos Estados Unidos da América e, ainda, a circulação hegemônica do pensamento racista em vários cantos do planeta ainda nos tempos hodiernos, logo tomaremos consciência que não se tratava de uma missão fácil, a que o então candidato Barak Obama tinha pela frente – vencer a convenção do Partido Democrata, para depois tornar-se presidente do país mais poderoso do mundo.
No entanto, Obama contou com um trunfo que a própria história do povo norte-americano lhe colocou às mãos. Trata-se do fato de até a sua candidatura, somente brancos terem ocupado o cargo de presidente dos Estados Unidos da América.
Também a administração desastrosa de George W. Bush aditada ao descontentamento da maioria dos norte-americanos e à virtude que ele teve de conquistar aliados no seio da elite do seu país, constituíram pontos significativamente positivos.
Quanto ao tema, Yes, we can, revela o quanto ele e assessores foram felizes ao criarem um tema que é sobretudo um elo de identidade do candidato, hoje presidente, com o povo do seu país e do mundo.
A frase, como dissemos lá no início, está eivada de significados. Quem nele acreditou logo na primeira hora percebeu que se até uma pessoa cheia de trapalhadas como o Bush pode ser presidente dos Estados Unidos, uma pessoa inteligente, capaz, com perfil de estadista como Obama, também poderia ser.
O povo pobre, negro ou não, oprimido, viu em Obama o seu próprio retrato e de pronto o tema – Yes, we can - lhe fez ressonância intrínseca a cada um. - Claro, se Obama pode nós também podemos e votaremos nele, pois assim será mais fácil. Nós o elegeremos como representante e ele nos elegerá como meta de governo.
Para a pessoa negra que luta anos a fio sem nunca ter alcançado o pretendido lugar social sonhado, o exemplo de Obama lhe bateu à porta como um incentivo a perseverar na luta, insistir nos seus propósitos por que se ele é um de nós e conseguiu, isto é um indicativo de que se continuarmos na luta buscando os aliados certos, com objetivos bem delineados, disposição e inteligência suficientes para defender os nossos pontos de vista, nós também chegaremos lá.
A vitória de Barak Obama para aqueles que estão fora do círculo de poder e com ele se identificam, representa mais do que tudo um incentivo a lutar por seus propósitos.
Para os países negros, pobres, subdesenvolvidos, ele representa a esperança de um tratamento mais digno, de entendimento e compreensão da cultura local e mudança nas relações entre essas nações e os Estados Unidos.
O branco norte-americano, rico e poderoso percebeu que Barak Obama, mais que um negro, um político intelectual com uma imagem que desperta identidade com boa parte do mundo, é um cidadão norte-americano. Isto mesmo. Barak Obama é sobretudo um homem norte-americano. E como tal o seu sentimento primeiro e maior é cuidar das necessidades do seu país – os Estados Unidos da América do Norte.
Luís Inácio Lula da Silva por um triz não naturalizou Obama como cidadão brasileiro, quando se referindo a ele, disse aos jornalistas que a identidade dele com o povo brasileiro é tamanha que se o encontrássemos na Bahia pensaríamos que ele é bahiano. Da mesma forma, se o encontrássemos no Rio de Janeiro, pensaríamos se tratar de um carioca.
O certo é que Lula e Obama tem algo em comum. São o resultado da escolha de povos cansados de eleger uma elite branca intelectualizada que historicamente, no que pese o respeito por alguns de seus membros bem intencionados, contribuíram para colocar seus respectivos países, mantidas as proporções devidas, em patamares indesejados social, econômica e ambientalmente.Para Lula e Obama a frase caiu como uma luva e, certamente, eles serão exemplo da possibilidade que as pessoas simples tem de alcançarem patamares mais elevados na vida profissional. Por isso, eles continuarão dizendo no futuro, Yes, we can. Sim nós podemos.