Começaram as campanhas
eleitorais, a televisão aberta reserva um espaço à manifestação dos partidos
políticos, para que possam falar daquilo a que se propõem se forem eleitos. Nas
ruas, os carros de som transitam pela cidade numa poluição sonora perturbante,
sem qualquer controle de decibéis. Ao contrário, nesse embate, que tem mais
poder fala mais alto. Candidatos pobres contribuem em menor escala para poluir
o som das ruas.
Nessa parafernália sonora e
planfetária fala-se de tudo, menos do essencial. Nenhum candidato ou candidata
assume compromisso com a cidade, com o coletivo. A população não cobra
compromissos essenciais com a segurança, com a educação, com a saúde, com o
saneamento básico, com a transparência administrativa, com o combate à
corrupção. Quais os compromissos sociais dos candidatos? Como eles pretendem
deixar a cidade daqui a 4 anos? Que planos eles têm para mudar a realidade da
insegurança reinante em Santa Inês? Que plano têm para o desenvolvimento da juventude?
O que pensam em fazer em benefícios dos empreendedores? O que vão fazer para
organizar a cidade, de modo especial, a Rua do Comércio, as ruas e avenidas esburacadas
e sem sinalização? O que pretendem fazer para atrair investimentos geradores de
emprego?
Vejo as pessoas levantarem cedo
para caminhar e pedalar pelas ruas e avenidas da cidade, dividindo espaços com
veículos automotores ou não. Já não é a hora de oferecer à população espaços
específicos para caminhar, ou para pedalar? Temos lugares específicos que se
urbanizados devidamente poderiam ser transformados em acolhedores parques de
diversão, onde crianças e anciãos os utilizariam sem correrem riscos de
atropelamento, ou de roubo.
Temos um guarda municipal
necessária e numerosa, no entanto, o que se vê nas ruas são motocicletas
transitando com condutores sem habilitação, sem respeito à precária
sinalização, sem os equipamentos de proteção individual exigidos por lei,
carregando excesso de passageiros sem os equipamentos e, consequentemente, a
segurança devidos. A lei é para ser cumprida pelos cidadãos, assim faz-se no
âmbito da sociedade civilizada, somente no estado
de barbárie os indivíduos fazem a sua própria lei. Nós não podemos abrir
mão desse pacto social à proporção que temos a Constituição Federal, a
Constituição Estadual e a Lei Orgânica do Município. Assim, nenhum cidadão ou
cidadã está acima das leis.
Aumenta a cada dia nas cidades
brasileiras o número de mães e pais solteiros, trabalhadoras e trabalhadores
que precisam ir à luta em busca do sustento das suas famílias. Essas pessoas
carecem da ajuda dos municípios no apoio à educação dos seus filhos. Nesse
sentido, creches e escolas de tempo integral são necessárias para acolher essas
crianças, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Certo dia estava em casa, um
amigo foi acometido de um surto de pressão e me chamou para levá-lo ao pronto
socorro de Santa Inês, que até aquele dia eu desconhecia. O meu amigo reclamava
do atendimento, com razão. Quando eu cheguei no dito hospital, observei que se
tratava de um prédio em ruínas, onde a médica que ali estava, coitada, não
tinha quaisquer condições de exercer o seu ofício. Confesso que naquele
instante senti muito pelas condições do meu amigo, daquela médica e dos demais
enfermos ali internados, cujas roupas de cama tiveram que levar das suas casas.
Em síntese, parecia um campo de concentração.
Santa Inês é, provavelmente, a
única cidade do Brasil, na qual de nada adianta o cidadão ou a cidadã ter um
plano de saúde. Pois, nenhuma empresa de saúde atende planos ou seguros de saúde
aqui. Um absurdo! Quem aqui tem plano de saúde, se quiser ser atendido tem que
se deslocar até Teresina, no Estado do Piauí, ou até São Luís do Maranhão.
Pessoas pobres, ou sem planos de saúde se dirigem aos hospitais de Coroatá e de
Monção. É necessário que se ressalte que nenhuma empresa privada está isenta de
compromisso com a sociedade, portanto, têm que cumprir a sua função social. O
acolhimento de planos de saúde, creio, deve fazer parte da função social dos
hospitais particulares, pois, estes se beneficiam de uma série de investimentos
sociais realizados pelo governo municipal, estadual, ou federal. Agora, é
necessário que os próximos administradores atentem para esse fato e cobrem
essas empresas.
O turismo é a maior indústria do
mundo hodierno. Todo país, todo estado, toda cidade que se preza se prepara
para ganhar com essa indústria. Santa Inês tem um potencial turístico que
precisa ser desenvolvido. Temos um criatório de gado bovino de significativo
valor, todavia, não temos sequer um parque para exposições agropecuárias.
Fazemos parte de uma região do Estado do Maranhão com uma das maiores produção
de peixes criados em tanques, com elevado potencial para fazermos anualmente um
festival de peixes, com concursos culinários e outras atividades que ajudem a
desenvolver mais ainda a piscicultura municipal e regional. Ademais, temos
recursos naturais com potencial turístico e a maior rede hoteleira da região.
Como cidade polo, Santa Inês tem
o principal papel de articulação com os demais municípios da região, portanto,
o seu desenvolvimento poderá propiciar um desenvolvimento em cadeia dos municípios
vizinhos, pois o turismo, a coleta, deposição e reciclagem do lixo urbano, a organização
do transporte urbano, provavelmente, necessitará do envolvimento de municípios
fronteiriços.
É preciso que os candidatos que
no momento se apresentam como capacitados à administração desta cidade se
comprometam a elaborar um planejamento estratégico que contribua para mudar
para melhor o estado em que se encontra Santa Inês. A cidade precisa de um
campus da universidade federal com cursos como direito, enfermagem, ciências
agrárias e outros requeridos pelo município. Os campi aqui instalados são insuficientes para a demanda existente.
Enfim, quero lembrar que Santa Inês é hoje a
cidade mais promissora do estado do Maranhão, ou seja, aquela que tem maior
potencial para crescer e se desenvolver, entretanto, precisa de administrações
profissionais, competentes, transparentes, devidamente planejadas. Uma cidade
com a complexidade administrativa de Santa Inês não pode se dar o luxo de ter
secretariado fantoche, gente sem habilitação que nada faz e um prefeito que reina
como soberano absoluto sem dar satisfação ao povo que lhe elege. Obrigado por comentar.
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