domingo, 28 de agosto de 2011

Amigos e leitores

Muitos amigos e leitores têm lido os artigos deste blog. Agora vamos dar vazão aos comentários de amigos que leem A Página do LF, especialmente, aos que estão lendo e comentando os artigos sobre o Codozinho e a Turma do Saco, que estamos publicando. Vejam:

Querido, estou adorando seus artigos, fale de Lambari e a turma dele não esqueça de falar também de Osmazinho, quando amedrontava na escuridão as moças do Codozinho. Bjus! (Mocinha Vilela)

Minha irmã Mocinha, quanta saudade! Obrigado pela preciosa atenção. Escrever sobre o Codozinho, foi uma sugestão da nossa amiga Socorrão, que leu o nosso blog, quando eu estava fazendo uma série de artigos sobre Rosário, a minha terra. De pronto, Socorro, sacou e atirou: - Preguinho, tem que falar sobre o Codozinho. Portanto, Socorrão é a grande culpada desse nosso re-encontro com a Turma do Saco e o Codozinho da nossa época.
Mocinha, Lambari ou Lambada, como costumávamos chamá-lo, me lembra uma música de Wilson Batista e Afonso Teixeira, que eu conheci na voz do Paulinho da Viola, chamada Chico Brito. Lambari estudou no Colégio Silva Martins, onde concluiu o ensino médio. Ali ele jogou basquete, disputou os Jogos Estudantis Maranhenses, fez sucesso, era idolatrado dentro do colégio, era um líder. Veja a letra:

Lá vem o Chico Brito
Descendo o morro
Nas mãos do Peçanha
É mais um processo, é mais uma façanha
Chico Brito fez do baralho seu maior esporte
É valente no morro, dizem que fuma uma erva do Norte
Quando menino teve na escola, era aplicado, tinha religião
Quando jogava bola, era escolhido para capitão
Mas a vida tem os seus revezes,
Diz Chico sempre defendendo teses,
Se o homem nasceu bom e bom não se conservou
A culpa é da sociedade que os transformou.

Eu também fiz uma música inspirado nos meninos do beco. Sentia-me impelido a falar, de alguma forma, do vício que nos separava dos nossos amigos do Codozinho de Baixo. Antes deles se envolverem com o vício jogávamos bola juntos, andávamos juntos em alguns eventos, era salutar a companhia deles. Depois que se envolviam com o uso e/ou o tráfico de drogas o distanciamento era inevitável. Sentia-me impotente por não poder fazer muita coisa. Entristecia-me ver garotos que tiveram bem mais que eu, mas não souberam aproveitar os recursos que seus pais ou avós disponibilizaram para educá-los. Infrutíferos esforços. A música foi a forma que eu encontrei para expressar tudo isso. Lembra Mocinha?
Meninos do Beco
De repente pinta
Na rua uma moçada
Com calças desbotadas
Chamando a vida curtição
Rapazes desvairados, mas que pensam viver
A vida, a juventude, em toda plenitude
Por terem mil porquês?
E passam pelo fluxo, refluxo
No vai-e-vem da vida
Sem ter braço ou guarida de alguém
Que lhes ajudem a distinguir o bem do mal
E de repente pinta no meio a Canabis sativa
Que muito lhes induzem a cometer o mal
E o ventre que gera, rechaça, reprime, os ignora
E todo mundo agora sabe
Que nasceram novos marginais
E são todos alheios, espelhos, retratos da sociedade
Que só por ser selvagem recusa o seu retrato
Por mais um crime capital

Mocinha Vilela, obrigado por comentar!

Amigos e leitores

Muitos amigos e leitores têm lido os artigos deste blog. Agora vamos dar vazão aos comentários de amigos que lêem A Página do LF, especialmente, aos que estão lendo e comentando os artigos sobre o Codozinho e a Turma do Saco, que estamos publicando. Vejam:

Querido, estou adorando seus artigos, fale de Lambari e a turma dele não esqueça de falar também de Osmazinho, quando amedrontava na escuridão as moças do Codozinho. Bjus! (Mocinha Vilela)

Minha irmã Mocinha, quanta saudade! Obrigado pela preciosa atenção. Escrever sobre o Codozinho, foi uma sugestão da nossa amiga Socorrão, que leu o nosso blog, quando eu estava fazendo uma série de artigos sobre Rosário, a minha terra. De pronto, Socorro, sacou e atirou: - Preguinho, tem que falar sobre o Codozinho. Portanto, Socorrão é a grande culpada desse nosso re-encontro com a Turma do Saco e o Codozinho da nossa época.
Mocinha, Lambari ou Lambada, como costumávamos chamá-lo, me lembra uma música de Wilson Batista e Afonso Teixeira, que eu conheci na voz do Paulinho da Viola, chamada Chico Brito. Lambari estudou no Colégio Silva Martins, onde concluiu o ensino médio. Ali ele jogou basquete, disputou os Jogos Estudantis Maranhenses, fez sucesso, era idolatrado dentro do colégio, era um líder. Veja a letra:

Lá vem o Chico Brito
Descendo o morro
Nas mãos do Peçanha
É mais um processo, é mais uma façanha
Chico Brito fez do baralho seu maior esporte
É valente no morro, dizem que fuma uma erva do Norte
Quando menino teve na escola, era aplicado, tinha religião
Quando jogava bola, era escolhido para capitão
Mas a vida tem os seus revezes,
Diz Chico sempre defendendo teses,
Se o homem nasceu bom e bom não se conservou
A culpa é da sociedade que os transformou.

Eu também fiz uma música inspirado nos meninos do beco. Sentia-me impelido a falar, de alguma forma, do vício que nos separava dos nossos amigos do Codozinho de Baixo. Antes deles se envolverem com o vício jogávamos bola juntos, andávamos juntos em alguns eventos, era salutar a companhia deles. Depois que se envolviam com o uso e/ou o tráfico de drogas o distanciamento era inevitável. Sentia-me impotente por não poder fazer muita coisa. Entristecia-me ver garotos que tiveram bem mais que eu, mas não souberam aproveitar os recursos que seus pais ou avós disponibilizaram para educá-los. Infrutíferos esforços. A música foi a forma que eu encontrei para expressar tudo isso. Lembra Mocinha?

Meninos do Beco

De repente pinta
Na rua uma moçada
Com calças desbotadas
Chamando a vida curtição
Rapazes desvairados, mas que pensam viver
A vida, a juventude, em toda plenitude
Por terem mil porquês?
E passam pelo fluxo, refluxo
No vai-e-vem da vida
Sem ter braço ou guarida de alguém
Que lhes ajudem a distinguir o bem do mal
E de repente pinta no meio a Canabis sativa
Que muito lhes induzem a cometer o mal
E o ventre que gera, rechaça, reprime, os ignora
E todo mundo agora sabe
Que nasceram novos marginais
E são todos alheios, espelhos, retratos da sociedade
Que só por ser selvagem recusa o seu retrato
Por mais um crime capital


Mocinha Vilela, obrigado por comentar!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Codozinho: o lugar e as suas personagens

Sebastião – Babá.

Sebastião Rosa, se não estou enganado. Eu o conheci na Rua Guimarães Passos. Éramos jovens ainda. Eu andava atrás de uma namorada, que foi uma grande paixão na minha vida. E Babá já era muito conhecido por ali.
Fizemos amizade, mas só muito depois ele apareceu na Turma do Saco, creio que a mando de Deus. Eu sabia que o Sebastião tinha muita habilidade em trabalhos manuais. Ele fazia artesanalmente, um sapato de couro, lindo, parecia uma pata de tigre, quando calçado. Tinha vontade de calçar um daquele, mas nunca pude mandar fazer, apesar de não ser caro, mas eu era pobre demais.
Quando a Turma do Saco escolheu a Fonte do Ribeirão como tema para o carnaval, elegeu como carro alegórico uma réplica da fonte.
Quem faria o carro? Isso era fácil, entre os componentes tinha operários que conheciam do assunto. Também conhecíamos simpatizantes capazes de fazer toda a estrutura do carro. Mas, as carrancas? Quem as moldaria? Hummm, aí foi um quiprocó danado. Depois de pensarmos tantos nomes e não acharmos nenhum, soubemos que no Laborarte tinha um artista plástico, João Everton (se a memória não me engana) com habilidade para moldar as tais carrancas em massa de papel. Procuramos o artista, mas ele recusou o trabalho porque, segundo ele, estava cheio de compromissos. Pronto! Estávamos no mato “sem cachorro”, como diz a sabedoria popular. Foi aí que o nosso artista se manifestou: - “Se vocês confiarem em mim, eu faço as carrancas em espuma e não cobro nada. Basta comprarem o material”. Com estas palavras, Babá nos deixou hipnotizados. Não sabíamos o que dizer. Acredito que o nosso comportamento foi, momentaneamente, traduzido como desconfiança. Mas, ele compreendeu a nossa perplexidade. Ficamos ali, olhando para Babá, babando de admiração com a coragem dele e, quase que em uníssono, dissemos: - Tá certo!
Confiamos em Sebastião e ele nos fez uma maravilhosa surpresa. As carrancas ficaram tão lindas, que mal o carro passou pela comissão julgadora, roubaram-nas. Nunca soubemos que as arrancou do carro alegórico tão rápido. Mas, naquele ano, ganhamos o carnaval. Valeu Babá! Naquele momento Babá deixou de ser apenas um componente da Turma do Saco, passando a fazer parte do time de carnavalescos, juntando-se a Darlan, Careca, Zequinha e tantos outros artistas.
Creio que foi na Turma do Saco que Babá conheceu a Sara, com quem teve um casal de filhos.
Eu sou amigo da Sara. Sempre brinquei muito com ela. Os filhos de Sara me chamam de tio.
Recentemente, cheguei no bar da minha tia Xixita e cumprimentando a Sara perguntei por Babá. E ela me disse um seco – morreu. Pensei, que ela estava dizendo apenas que, para ela, ele já não existia mais. Estava enganado, mas não percebi, fui adiante cumprimentando outras pessoas e perguntei à Dora o que havia acontecido para a Sara me dar essa resposta...Foi então que a minha comadre Dora confirmou: - compadre o senhor sabia que ele morreu? Morreu de enfarto cardíaco. Morte súbita. Fiquei branco de surpresa, como se fica quando se recebe notícia como essa.
Mais uma lacuna dentre as minhas amizades, meus irmãos, companheiros de Turma do Saco, do Codozinho.
Pedi ao céu, que o Ser Supremo, dono de todas as vidas, ilumine a alma de Babá para que junto Dele, ele brilhe tanto quanto fez a Turma do Saco brilhar desfilando na avenida.
Dorme com Deus Babá, enquanto aqui na terra ficaremos a lembrar da tua amizade, das tuas habilidades artísticas e do grande ser humano que foste.

domingo, 21 de agosto de 2011

Codozinho: o lugar e as suas personagens

Sebastião – Babá.

Sebastião Rosa, se não estou enganado. Eu o conheci na Rua Guimarães Passos. Éramos jovens ainda. Eu andava atrás de uma namorada, que foi uma grande paixão na minha vida. E Babá já era muito conhecido por ali.
Fizemos amizade, mas só muito depois ele apareceu na Turma do Saco, creio que a mando de Deus. Eu sabia que o Sebastião tinha muita habilidade em trabalhos manuais. Ele fazia artesanalmente, um sapato de couro, lindo, parecia uma pata de tigre, quando calçado. Tinha vontade de calçar um daquele, mas nunca pude mandar fazer, apesar de não ser caro, eu era pobre demais.
Quando a Turma do Saco escolheu a Fonte do Ribeirão como tema para o carnaval, elegeu como carro alegórico uma réplica da fonte.
Quem faria o carro? Isso era fácil, entre os componentes tinha operários que conheciam do assunto. Também conhecíamos simpatizantes capazes de fazer toda a estrutura do carro. Mas, as carrancas? Quem as moldaria? Hummm, aí foi um quiprocó danado. Depois de pensarmos tantos nomes e não acharmos nenhum, soubemos que no Laborarte tinha um artista plástico, João Everton (se a memória não me engana) com habilidade para moldar as tais carrancas em massa de papel. Procuramos o artista, mas ele recusou o trabalho porque, segundo ele, estava cheio de compromissos. Pronto! Estávamos no mato “sem cachorro”, como diz a sabedoria popular. Foi aí que o nosso artista se manifestou: - “Se vocês confiarem em mim, eu faço as carrancas em espuma e não cobro nada. Basta comprarem o material”. Com estas palavras, Babá nos deixou hipnotizados. Não sabíamos o que dizer. Acredito que o nosso comportamento foi, momentaneamente, traduzido como desconfiança. Mas, ele compreendeu a nossa perplexidade. Ficamos ali, olhando para Babá, babando de admiração com a coragem dele e, quase que em uníssono, dissemos: - Tá certo!
Confiamos em Sebastião e ele nos fez uma maravilhosa surpresa. As carrancas ficaram tão lindas, que mal o carro passou pela comissão julgadora, roubaram-nas. Nunca soubemos que as arrancou do carro alegórico tão rápido. Mas, naquele ano, ganhamos o carnaval. Valeu Babá! Naquele momento Babá deixou de ser apenas um componente da Turma do Saco, passando a fazer parte do time de carnavalescos, juntando-se a Darlan, Careca, Zequinha e tantos outros artistas.
Creio que foi na Turma do Saco que Babá conheceu a Sara, com quem teve um casal de filhos.
Eu sou amigo da Sara. Sempre brinquei muito com ela. Os filhos de Sara me chamam de tio.
Recentemente, cheguei no bar da minha tia Xixita e cumprimentando a Sara perguntei por Babá. E ela me disse um seco – morreu. Pensei, que ela estava dizendo apenas que, para ela, ele já não existia mais. Estava enganado, mas não percebi, fui adiante cumprimentando outras pessoas e perguntei à Dora o que havia acontecido para a Sara me dar essa resposta...Foi então que a minha comadre Dora confirmou: - compadre o senhor sabia que ele morreu? Morreu de enfarto cardíaco. Morte súbita. Fiquei branco de surpresa, como se fica quando se recebe notícia como essa.
Mas uma lacuna dentre as minhas amizades, meus irmãos, companheiros de Turma do Saco, do Codozinho.
Pedi ao céu, que o Ser Supremo, dono de todas as vidas, ilumine a alma de Babá para que junto Dele, ele brilhe tanto quanto fez a Turma do Saco brilhar desfilando na avenida.Dorme com Deus Babá, enquanto aqui na terra ficaremos a lembrar da tua amizade, das tuas habilidades artísticas e do grande ser humano que foste.
Obrigado por comentar.