Sebastião – Babá.
Sebastião Rosa, se não estou enganado. Eu o conheci na Rua Guimarães Passos. Éramos jovens ainda. Eu andava atrás de uma namorada, que foi uma grande paixão na minha vida. E Babá já era muito conhecido por ali.
Fizemos amizade, mas só muito depois ele apareceu na Turma do Saco, creio que a mando de Deus. Eu sabia que o Sebastião tinha muita habilidade em trabalhos manuais. Ele fazia artesanalmente, um sapato de couro, lindo, parecia uma pata de tigre, quando calçado. Tinha vontade de calçar um daquele, mas nunca pude mandar fazer, apesar de não ser caro, mas eu era pobre demais.
Quando a Turma do Saco escolheu a Fonte do Ribeirão como tema para o carnaval, elegeu como carro alegórico uma réplica da fonte.
Quem faria o carro? Isso era fácil, entre os componentes tinha operários que conheciam do assunto. Também conhecíamos simpatizantes capazes de fazer toda a estrutura do carro. Mas, as carrancas? Quem as moldaria? Hummm, aí foi um quiprocó danado. Depois de pensarmos tantos nomes e não acharmos nenhum, soubemos que no Laborarte tinha um artista plástico, João Everton (se a memória não me engana) com habilidade para moldar as tais carrancas em massa de papel. Procuramos o artista, mas ele recusou o trabalho porque, segundo ele, estava cheio de compromissos. Pronto! Estávamos no mato “sem cachorro”, como diz a sabedoria popular. Foi aí que o nosso artista se manifestou: - “Se vocês confiarem em mim, eu faço as carrancas em espuma e não cobro nada. Basta comprarem o material”. Com estas palavras, Babá nos deixou hipnotizados. Não sabíamos o que dizer. Acredito que o nosso comportamento foi, momentaneamente, traduzido como desconfiança. Mas, ele compreendeu a nossa perplexidade. Ficamos ali, olhando para Babá, babando de admiração com a coragem dele e, quase que em uníssono, dissemos: - Tá certo!
Confiamos em Sebastião e ele nos fez uma maravilhosa surpresa. As carrancas ficaram tão lindas, que mal o carro passou pela comissão julgadora, roubaram-nas. Nunca soubemos que as arrancou do carro alegórico tão rápido. Mas, naquele ano, ganhamos o carnaval. Valeu Babá! Naquele momento Babá deixou de ser apenas um componente da Turma do Saco, passando a fazer parte do time de carnavalescos, juntando-se a Darlan, Careca, Zequinha e tantos outros artistas.
Creio que foi na Turma do Saco que Babá conheceu a Sara, com quem teve um casal de filhos.
Eu sou amigo da Sara. Sempre brinquei muito com ela. Os filhos de Sara me chamam de tio.
Recentemente, cheguei no bar da minha tia Xixita e cumprimentando a Sara perguntei por Babá. E ela me disse um seco – morreu. Pensei, que ela estava dizendo apenas que, para ela, ele já não existia mais. Estava enganado, mas não percebi, fui adiante cumprimentando outras pessoas e perguntei à Dora o que havia acontecido para a Sara me dar essa resposta...Foi então que a minha comadre Dora confirmou: - compadre o senhor sabia que ele morreu? Morreu de enfarto cardíaco. Morte súbita. Fiquei branco de surpresa, como se fica quando se recebe notícia como essa.
Mais uma lacuna dentre as minhas amizades, meus irmãos, companheiros de Turma do Saco, do Codozinho.
Pedi ao céu, que o Ser Supremo, dono de todas as vidas, ilumine a alma de Babá para que junto Dele, ele brilhe tanto quanto fez a Turma do Saco brilhar desfilando na avenida.
Dorme com Deus Babá, enquanto aqui na terra ficaremos a lembrar da tua amizade, das tuas habilidades artísticas e do grande ser humano que foste.
Sebastião Rosa, se não estou enganado. Eu o conheci na Rua Guimarães Passos. Éramos jovens ainda. Eu andava atrás de uma namorada, que foi uma grande paixão na minha vida. E Babá já era muito conhecido por ali.
Fizemos amizade, mas só muito depois ele apareceu na Turma do Saco, creio que a mando de Deus. Eu sabia que o Sebastião tinha muita habilidade em trabalhos manuais. Ele fazia artesanalmente, um sapato de couro, lindo, parecia uma pata de tigre, quando calçado. Tinha vontade de calçar um daquele, mas nunca pude mandar fazer, apesar de não ser caro, mas eu era pobre demais.
Quando a Turma do Saco escolheu a Fonte do Ribeirão como tema para o carnaval, elegeu como carro alegórico uma réplica da fonte.
Quem faria o carro? Isso era fácil, entre os componentes tinha operários que conheciam do assunto. Também conhecíamos simpatizantes capazes de fazer toda a estrutura do carro. Mas, as carrancas? Quem as moldaria? Hummm, aí foi um quiprocó danado. Depois de pensarmos tantos nomes e não acharmos nenhum, soubemos que no Laborarte tinha um artista plástico, João Everton (se a memória não me engana) com habilidade para moldar as tais carrancas em massa de papel. Procuramos o artista, mas ele recusou o trabalho porque, segundo ele, estava cheio de compromissos. Pronto! Estávamos no mato “sem cachorro”, como diz a sabedoria popular. Foi aí que o nosso artista se manifestou: - “Se vocês confiarem em mim, eu faço as carrancas em espuma e não cobro nada. Basta comprarem o material”. Com estas palavras, Babá nos deixou hipnotizados. Não sabíamos o que dizer. Acredito que o nosso comportamento foi, momentaneamente, traduzido como desconfiança. Mas, ele compreendeu a nossa perplexidade. Ficamos ali, olhando para Babá, babando de admiração com a coragem dele e, quase que em uníssono, dissemos: - Tá certo!
Confiamos em Sebastião e ele nos fez uma maravilhosa surpresa. As carrancas ficaram tão lindas, que mal o carro passou pela comissão julgadora, roubaram-nas. Nunca soubemos que as arrancou do carro alegórico tão rápido. Mas, naquele ano, ganhamos o carnaval. Valeu Babá! Naquele momento Babá deixou de ser apenas um componente da Turma do Saco, passando a fazer parte do time de carnavalescos, juntando-se a Darlan, Careca, Zequinha e tantos outros artistas.
Creio que foi na Turma do Saco que Babá conheceu a Sara, com quem teve um casal de filhos.
Eu sou amigo da Sara. Sempre brinquei muito com ela. Os filhos de Sara me chamam de tio.
Recentemente, cheguei no bar da minha tia Xixita e cumprimentando a Sara perguntei por Babá. E ela me disse um seco – morreu. Pensei, que ela estava dizendo apenas que, para ela, ele já não existia mais. Estava enganado, mas não percebi, fui adiante cumprimentando outras pessoas e perguntei à Dora o que havia acontecido para a Sara me dar essa resposta...Foi então que a minha comadre Dora confirmou: - compadre o senhor sabia que ele morreu? Morreu de enfarto cardíaco. Morte súbita. Fiquei branco de surpresa, como se fica quando se recebe notícia como essa.
Mais uma lacuna dentre as minhas amizades, meus irmãos, companheiros de Turma do Saco, do Codozinho.
Pedi ao céu, que o Ser Supremo, dono de todas as vidas, ilumine a alma de Babá para que junto Dele, ele brilhe tanto quanto fez a Turma do Saco brilhar desfilando na avenida.
Dorme com Deus Babá, enquanto aqui na terra ficaremos a lembrar da tua amizade, das tuas habilidades artísticas e do grande ser humano que foste.
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