Mil perdões, exaustivamente mil
perdões pela impossibilidade de lembrar de todos que amamos e com os quais
tivemos ótima convivência e, o melhor, uma grande amizade, intensa, duradoura, eterna.
Tá vendo no que você me meteu,
minha querida e amada amiga Socorro Cavalcante? Foi sua a ideia para que eu
fizesse artigos falando sobre o nosso querido Codozinho, Rua Branca, Rua
Euclides da Cunha. Eu atendi ao seu valoroso pedido, que para mim é uma ordem. Mas, confesso que fui mal, esqueci de mencionar nomes, muitos nomes de
sacolenses de longas datas, para ser mais sincero, sacolenses de fundação.
Gente que ajudou a carregar a pedra fundamental na edificação da Turma do Saco.
Gente da gente, gente querida, amiga, gente nossa.
Perdão Rosana, você que é amiga
desde sempre, que passou noites e noites sem dormir, dando uma de garçonete do Bar do
Saco. Você que entrou nas madrugadas alegres em que eu e Luquinhas (o Luís Carlos
da Vila Bessa, que nós, da Escola de Agronomia, o apelidamos carinhosamente de
Pedro Bó) cantávamos para alegrar o ambiente. Aliás, nós trabalhávamos em
dupla, lembra? Cada final de semana duas pessoas tomavam conta do Bar. Já faz
muito tempo, é certo. Mas a nossa é referência maior é que naquela época nós
fazíamos tudo por união, pela coesão social, por amor a um símbolo chamado Mocidade
Independente Turma do Saco.
Rosana, foi numa noite dessas, ou
melhor, daquelas, que o Luís Carlos pegou o violão e me fez ouvir pela primeira
vez, “A banca do distinto”, música do saudoso Billy Blanco. Foi ali, no Boteco
do Saco, ou na Barraca do Saco, que eu tive o primeiro contato com a obra do
grande Billy. Quando o nosso querido Pedro Bó, cantou “Não fala com pobre/Não
dá mão a preto/Não carrega embrulho”, eu quase não me contive, fiz um esforço
enorme para deixá-lo terminar a música e não pedir bis antes mesmo que ele
terminasse. Ele a cantou três vezes e eu a aprendi e canto sempre que estou com
o banjo ou o cavaco à mão.
Rosa, confesso que aprendi muito
com o nosso amigo Luís Carlos Pinto (Pedro Bó). Ele é um amigo magnífico. Pegava o
violão e de pronto canta “Paralelas”, lembras? Sempre cantava um bolero lindo
de autoria do Sérgio Habib em parceria com o Sérgio Pinto, que é primo e
cunhado dele. Molhava a língua e já cantava alguma coisa de Chico Buarque,
Gilberto Gil, Caetano Veloso, e tome música. Cantávamos de Cristóvão da Madre
de Deus a Pinxinguinha, passando, é claro, por César Teixeira, Josias Sobrinho,
Chico Maranhão e tantos outros grandes compositores.
Minha amiga querida, você bem que
poderia ter comentado esta minha lacuna e lembrado os bons tempos, mas eu tinha
mesmo que saber disso no seu gostoso restaurante, lá no Beco do Gavião, no
coração da Madre Deus. Rosana, bons tempos aqueles em que trabalhávamos para construir a sede da Turma do Saco. Hoje, quando nos encontramos no seu estabelecimento, você me
fala logo – “Prego, eu não bebo quando estou trabalhando”e eu fico regando o
papo com água mineral. Um grande beijo, minha querida.
Ah, faça-me um favor, diga a
nossa querida Jane Mary que ela não perde por esperar. Já estou escrevendo
sobre ela também.
Obrigado por comentar.