Na nossa vida, sempre vemos
e ouvimos estórias e histórias do bem contra o mal. Na infância nos deparamos
com uma série muito extensa de estórias em que o bem e o mal se engalfinham e
ambos passam por altos e baixos até que definitivamente o bem vença.
Nossos pais e avós enchiam
as nossas imaginações com esse tipo de estória. Inventavam muitas delas para
nos entreter, acalmar, ninar, adormentar. Eu que sou de uma família de
antepassados pouco letrados, sei o quanto a memória oral é importante na
transmissão de muitas dessas estórias. Lembro-me de antepassados como dona
Surica, contadora de estórias, que ensinava todos os netos a ler, contudo, não
os ensinava a escrever, porque não dominava a escrita, apenas lia. A escrita
ficava por conta da professora da escola, ou da professora particular.
Nas comunidades negras, as
estórias do bem e do mal eram passadas de geração a geração pela memória oral
até que a escrita lá chegasse para escrevê-la ou que a televisão viesse
enterrá-la definitivamente, ou substituí-la por estórias de heróis e
anti-herois outros promovidos pela telinha.
O bem e o mal estão nas
ações, nas palavras, no dia-a-dia, na nossa vida, enfim. Costumo dizer que na
vida, o que falamos e o que fazemos é como uma bolinha de seringa que se joga
na parede. Se for projetada com a força do bem, para o bem de quem a projetou,
voltará com a mesma intensidade; caso contrário, se projetada com a força do
mal, para o mal de quem a projetou, voltará com semelhante intensidade. Esta é
a lição, o recado que as estórias que nossos ancestrais contavam nos emitiam.
Em outras palavras, a
malvadeza e a maledicência são as guilhotinas que os malvados, ímpios e
maledicentes constroem para si, quando, na verdade, equivocadamente, pensam ser
para os outros Obrigado por comentar.
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