Outro dia, lá na Rehabiliter Aqua
Fitness, escola de natação da minha filha Joana, a professora Fabiana disse que
me viu pedalando de luvas, capacete, outros equipamentos específicos do
ciclismo e me perguntou como eu me sinto enquanto pedalo pelas estradas. Gostei
do assunto e resolvi escrever sobre isso.
Há tempos pedalo fazendo crônicas
sobre o que vejo e sinto nas estradas, mas não tenho passado as coisas que
penso enquanto pedalo para o papel. Gosto da brisa quase fria de Pindaré Mirim,
acho a estrada naturalmente bonita em alguns trechos e aprecio os últimos
quinhentos metros antes de chegar à praça da rampa, onde fica o bar e
restaurante flutuante. Não me canso de ver a linda chaminé do velho Engenho
Central. Quando eu o avisto sinto uma inexplicável felicidade: a chaminé
imponente, a arquitetura inglesa, uma parte viva da nossa História resistindo
ao descaso político dos administradores daquele município.
Às vezes eu fico pensando: - em
que lugar do mundo se deixaria uma parte tão importante da história de um povo
se deteriorar no tempo de tal forma? O trato dado ao nosso velho Engenho
Central é ruim tanto para a nossa memória histórica como para o município de
Pindaré Mirim, que se o transformasse em museu estaria arrecadando algum
recurso e, simultaneamente, atraindo muitos turistas para o município, o que
poderia melhorar o desempenho comercial daquela cidade.
Voltando à estrada, gosto de
cumprimentar as pessoas que caminham enquanto eu pedalo. Passo distribuindo bom
dia para todas que encontro. Às pessoas que vão trabalhar de bicicleta o
cumprimento é diferente – oi. Eles respondem oi também, mas de uma forma muito
característica da região. Eu gosto disso. Uns até já falam comigo com certa
intimidade, outros sorriem simpaticamente, mas o que eu não sabia era que
algumas pessoas me identificam como um morador de Pindaré. Que legal!
Hoje, 19.12.2015, quando eu pedalava rumo ao
município de Igarapé do Meio, um motoqueiro passou por mim, carregando uma
pirâmide de bancos de madeira, acredito que levava mais de dez bancos, aos
gritos ele dizia te conheço, te conheço, você é lá do Pindaré, falei que sim e
o cumprimentei alegremente. Achei legal. Agora sou cidadão do Pindaré, título
ganho na estrada – BR-316 nas imediações do lugar conhecido como Estaca Zero.
Fiquei feliz, acredito que o título ajudou a fazer uma viagem feliz, fui e
voltei com muito gás, pedalei 62,91 Km, fiz algumas paradas estratégicas para
reidratação, fotografar a cidade e comer algumas barras de cereais. Gostei do
resultado! Obrigado por comentar.
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