Quando morei em São Luís,
na Avenida dos Holandeses, vi como é imensa a quantidade de pessoas que moram
nos bairros pobres naquelas imediações e se deslocam todas as manhãs para o
serviço pedalando suas bicicletas. Hoje, vejo movimento idêntico de pessoas do
vizinho município do Pindaré Mirim se deslocando para trabalhar em Santa Inês
montadas em bicicletas.
Apesar da relevante
quantidade de bicicletas no Brasil, e do intenso uso principalmente pelas
pessoas de baixa renda, ainda não atingimos no ciclismo a relevância que
conseguimos em esportes como o futebol,
vôlei, basquete, ou mesmo no atletismo. Contudo, isso não faz do uso da
bicicleta algo menor, pelo contrário, pedalar, cada dia que passa, se torna
algo mais fascinante. Talvez seja por isso, que as pessoas que vão para o
trabalho pedalando, quase sempre exibem um semblante de felicidade.
Em seu livro “Ciclismo”,
Luiz Henrique Rodrigues fala que “Tanto
nos eventos grandiosos, como o Race Across América ou o Tour de France, como
nos passeios com grupos de amigos, andar de bicicleta é uma atividade que traz
consigo toda uma magia, um encantamento que vai adquirindo proporções cada vez
maiores à medida que o contato com a bicicleta vai se estreitando”.
O referido autor sabe o que
está dizendo e, por certo, já foi acometido desses sentimentos, da magia, do
encantamento que é pedalar uma bicicleta. Creio que atualmente estou também
hipnotizado pela bicicleta, pelo gosto de pedalar, andar longas distâncias,
testar os meus limites, superá-los às vezes, sentir-me, a cada conquista,
instado a um novo desafio. Querer poder mais sobre uma bicicleta, querer
aprender mais sobre bicicletas, sobre o ciclismo, embora o faça no âmbito da
recreação.
Pela primeira vez na vida
sinto-me movido pela vontade de ter uma bicicleta. Nunca tive uma bicicleta, na
verdade, nunca comprei uma bicicleta para o meu uso. Sempre foi para um filho
ou um sobrinho, uma pessoa da família. Até que uma ficou em casa, em desuso e
eu resolvi usá-la. Depois de ler um pouco sobre ciclismo fiz-lhe umas
adaptações, troquei algumas peças, porém, acho que as adaptações feitas não
foram suficientes para superar todas as limitações, embora isso não diminua o
meu fascínio pela bicicleta que eu tenho e a denominei de Magricela. Embora o
plano de aquisição de uma bicicleta nova seja de médio a longo prazo, já tenho o
nome da próxima – será Magrelinha, uma homenagem a música de Luiz Melodia,
cantor e compositor do qual sou fã.
Viajando na ideia de adquirir uma bicicleta
nova, iniciei uma caminhada de conhecimento sobre bicicletas: tipo, marcas,
tamanhos, preços, materiais, são aspectos sempre presentes nas minhas buscas.
Quero compreender mais, ter mais informação sobre bicicletas, não pode ser
qualquer uma para dividir o espaço com a Magricela, porque esta é um
espetacular exemplo de que a prática de ciclismo recreativo não prescinde de
bicicletas de passeio, simples, despretensiosa. Que para pedalar e ser feliz
você não precisa comprar a speed ou a
montain bike mais moderna e cara,
embora não se possa esconder o fascínio que as modernas bicicletas exercem
sobre os ciclistas, com seus freios a disco, mecânicos ou hidraúlicos, marchas,
seus componentes de fabricação japonesa, com níveis de sofisticação impressionantes,
nos deixam com os olhos de crianças em lojas de brinquedos.
A bicicleta nos
provoca dois tipos de fascínios – o de pedalar e a admiração pelos novos modelos,
com materiais mais leves e resistentes, novos desenhos apropriados às
atividades estrada, trilha, velódromo, BMX, são exemplos. Obrigado por comentar.
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