segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta à Dra. Dilma Vana Rousseff Linhares


Tenho visto a reação da elite brasileira contra a sua candidatura. Toda vez que recorro à grande imprensa para me informar a respeito das eleições em andamento, deparo-me com um planfeto do candidato tucano. Lamento a planfetagem da revista Veja, da TV Globo e de outros meios de comunicação. Assim como lamento ver a Senadora Marina sentada em cima do muro, um lugar que historicamente foi ocupado pelo tucanato efeagaceano. Dói-me o peito ver a mulher do Chico Mendes fazendo campanha àqueles que sempre fortaleceram o patronato rural brasileiro, categoria a que pertence o assassino do marido dela.
Bem, presenciamos uma luta de David contra Golias, representados nesse embate, de um lado, pelo Governo Lula, que saneou o país, livrando-o do jugo do FMI, que levou 28 milhões de brasileiros e brasileiras em estado de miséria ao exercício de cidadania, fazendo do Estado brasileiro um Estado de oportunidades para todos os filhos do Brasil, do programa bolsa família, por meio de concursos públicos e com a abertura de vagas nas universidades brasileiras, entre outros gestos correlatos; do outro lado, temos a elite do príncipe da Sociologia brasileira, que bem podemos chamá-lo de o príncipe do mal, que defende um estado mínimo neo-liberal, com lugares apenas à própria elite – os iguais. Pai das privatizações, dragão cujo prato preferido são as instituições que orgulham e até simbolizam o povo brasileiro. Agora, o lobo veste-se com a pele de cordeiro com o fito de abocanhar a Petrobrás do Pré-Sal, o Banco do Brasil e na esteira dessas, outras instituições brasileiras financeiramente saneadas e demasiadamente lucrativas.
Sei o motivo de tanta raiva da elite em relação ao Governo Lula. Veja que neste governo em hora nenhuma faltou dinheiro para a elite brasileira, seja no campo ou na cidade. Observe que os funcionários públicos ainda acumulam defasagem salarial que cresce desde o governo de Collor de Melo ao governo de Fernando Henrique Cardoso e que oito anos de governo Lula não foram suficientes para eliminar tal estrago salarial.
No caso da instituição a que pertenço, nem se fala, constituímos a plebe da classe bancária deste país, à proporção que os funcionários do Banco da Amazônia S/A têm proventos equivalentes à metade daqueles pagos pelo Banco do Brasil S/A, e a menos da metade daqueles pagos pela Caixa Econômica Federal, para funcionários que ocupam funções semelhantes. Então, o Governo Lula não paga salários exorbitantes ao funcionalismo público, como falam os acólitos do Estado mínimo representados agora pelo seu preposto maior – José Serra, sempre afeito a privatização do Estado brasileiro.
Mas, por que a elite tucana se incomoda tanto com o governo Lula? Apesar da elite tucana não ter sofrido nenhuma perda, mas, pelo contrário, ter engordado mais financeiramente, vê-se incomodada com o fato de no processo inclusivo praticado no Governo Lula perceber que o seu espaço agora também está sendo ocupado por pessoas emergentes de classes que outrora não tinham voz, nem oportunidade de ascensão social. É indisfarçável a inveja de ver que só o Governo Lula pode dizer: - este é um Governo de oportunidades. Ficam azul-tucano de raiva em pensar que só o Presidente Lula pode dizer em alto e bom som, - pela primeira vez na História deste país temos pessoas oriundas das Senzalas ocupando pastas ministeriais. Pela primeira vez na História deste país temos brasileiros de todas as raças, de todos os credos, de todas as classes sociais, em todos os escalões deste governo e, do Estado brasileiro, consequentemente.
Agora o Brasil mudou, tem a cara do Brasil que constrói o Brasil, tem a cara do povo brasileiro, a distância entre a Senzala e a Casa Grande diminui dia após dia. E a elite tucana permanecerá azul-tucano de raiva porque quando o presidente Lula fala “Pela primeira vez na história deste país...”, eles, os filhos dessa elite exclusivista, castradora e, dissimuladamente seletiva, ler assim: - “Nós, a elite deste país, e em especial a elite tucana, não fizemos em 502 anos de mando, o que este filho da plebe, para não dizer..., fez em oito anos”.
Enfim, Dra. Dilma Vana Rousseff Linhares, a raiva deles, ou dela, a elite tucana, não está exclusivamente, naquilo que o Presidente Lula faz ou fala, mas, no fato de ele, está ocupando um lugar que a elite julgava pertencer somente aos seus filhos. A ira ficou mais forte e mais cega ainda, à medida que o Presidente Lula propiciou a escada para que outros filhos da plebe chegassem a patamares superiores da pirâmide social, antes exclusivos da elite.
Não tem jeito, a elite tucana foi pega no contrapé e agora não sabe como dissimular a raiva que sente da plebe e veio pra cima “com gosto de gás”, mostra a cara dela, com todas as rugas de preconceito, que os cremes e as bases da dissimulação já não escondem mais.Doutora Dilma, chame toda a militância, todos os aliados, todos os beneficiários e alinhados com este Governo e coloque o bloco nas ruas de todos os estados, de todos os municípios brasileiros, mobilizemos o povo brasileiro contra o Estado mínimo e as privatizações, para que não acordemos no dia primeiro de novembro na vala comum que elite tucana rancorosa nos prepara.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É tempo de renovar

É assim como vejo as eleições que se desencadearam agora e se concluirão no final deste mês. Como uma possibilidade de renovação dos quadros políticos que temos aí. Sinto no povo a vontade de se livrar daqueles políticos que significam o atraso, a estagnação, o descuido, a arrogância, o descaso, a corrupção, a inversão total dos valores políticos, representando enfim uma classe que pensa um nefasto desenvolvimento excludente, do qual as pessoas, principalmente as pobres, ficam sempre de fora.
De volta ao Maranhão, de vez em quando tenho viajado de Santa Inês a São Luís e percebido o quanto o nosso estado está em defasagem com o desenvolvimento. Infraestruturas sociais básicas que já deveriam ser feitas ainda nem constituem planos. Sequer estão no papel. Ora, se antes brigávamos e íamos às ruas reivindicar para que as coisas saíssem do papel, hoje vemos que elas sequer são objeto de planejamento. Tão grande se revela o desleixo dos nossos governantes conosco, o povo do Maranhão.
De Santa Inês para São Luís, constatamos um fluxo normal do trânsito até o município de Miranda, dali em diante seguimos num engarrafamento arriscadíssimo, onde ultrapassagens significam verdadeiras roletas russas, e quem se arrisca a fazê-las se expõe ao perigo de proporção e conseqüência desastrosas. Quanto mais nos aproximamos de São Luís mais cuidado e habilidade o trânsito e a estrada exigem dos condutores de veículos.
A rodovia é demasiadamente estreita e inadequada para o tráfego de veículos a que está submetida diariamente. Os buracos ou remendos mal feitos estão por toda parte, em toda a sua extensão. Os campos de perizes são o clímax deste circo de horror. Ali os veículos se alinham de forma a não admitir o mais ínfimo descuido dos seus condutores. Qualquer descuido é fatal.
O visitante que chega a São Luís nos horários de pico, pensando em respirar fundo para aliviar da corrente sanguínea a adrenalina acumulada de Miranda ao Estreito dos Mosquitos, surpreende-se ao perceber que bem ali, logo ali no primeiro retorno do bairro de São Cristóvão (antigo bairro do Tirirical), aquele que dá acesso ao aeroporto, ficará a mercê de um engarrafamento imenso. Para que se tenha uma ideia, dali até o bairro da Cohab, mais ou menos uns cinco ou seis quilômetros, leva-se cerca de uma hora para completar o percurso.
Essa situação decorre da falta de zelo com a coisa pública que governos sucessivos têm demonstrado com o nosso povo.
Vejo a necessidade de fazer-se, pelo menos, a duplicação do trecho da rodovia BR-135 que vai desde o campo de perizes até São Mateus. Feito isso, ainda que tardiamente, já melhoraria. Mas, ainda assim seria um paliativo, se pensarmos que breve em Bacabeira será implantada uma refinaria que empregará cerca de 150 mil pessoas. Isto significaria, no mínimo, mais 50 mil carros naquele trecho de estrada.
Bem, mas como disse no início, agora passamos por um momento de renovação e eu desejo que este texto, em um exíguo tempo, já não retrate mais o caos do trânsito de São Luís, muito menos do trecho aludido da BR-135 .
Que em breve seja feito um viaduto lá no retorno do Aeroporto de modo que aqueles que visitarem São Luís não tenham que se deparar com um baita de um engarrafamento logo na entrada da cidade. Indesejável cartão postal para quem a visita e para nós, filhos da terra, que a amamos.
Desejo também que uma nova mentalidade política contamine políticos e gestores públicos de São Luís e do Maranhão de modo que todos se envergonhem pela contribuição que deram para que o nosso estado ocupe a vergonhosa e estigmatizante posição de ser a unidade da federação com o mais baixo índice de desenvolvimento humano.
São Luís, a ilha do amor, merece um arrojado planejamento e redimensionamento do trânsito e do transporte de massa. Merece saneamento básico em todos os bairros e povoados. Merece ainda, mais escolas públicas de boa qualidade, profissionalizante e de tempo integral. Merece a despoluição das nossas praias, e total adequação aos conceitos de sustentabilidade em vigor em todo planeta.Tudo isto é extensivo para o Maranhão. Por isso, desejo que os legisladores e administradores deste estado, agora renovados pelo mandato que o voto popular lhes proporcionou, promovam ações que propiciem, de fato, a mudança estrutural que o estado necessita, tirando-o desta incômoda posição que o colocaram. Isto, mais que uma necessidade, é uma questão de honra, vergonha e, sobretudo, de amor telúrico.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A você, maestro Nonato, os meus respeitos

Era o final da década de 1970, quando o carnaval de São Luís tinha uma participação muito significativa dos blocos organizados. Eram muitos e muito bons concorrentes entre si: Mocidade Independente Turma do Saco – MITS, Unidos do Regional Tocado a Álcool – URTA, Turma do Lamê, Sem Komentários, Turma do Fola, Retiro Natal, e muitos outros blocos organizados todos de considerável qualidade.
Na época, participávamos da Turma do Saco, uma grande paixão na minha vida de folião, participante da comunidade do Bairro do Codozinho. Eis a questão. Na Turma do Saco, optamos por ser mais que um bloco carnavalesco, um clube comunitário, com compromisso com a comunidade. Diria que na época nos sentíamos responsáveis pela animação do bairro. Ali festejávamos datas como o dia dos anciãos, o dia das mães, o dia dos pais, o dia das crianças, o período junino, o Natal e outras datas festivas do nosso calendário.
Mas, éramos um bloco carnavalesco situado na Grande Madre de Deus, reino do URTA. Precisávamos também alegrar o bairro do Codozinho com títulos carnavalescos, mas para isso tínhamos que superar os nossos irmãos ali da Madre de Deus. Foi então que montamos uma estratégia que iniciava por um esforço coletivo de dar notoriedade à Turma do Saco.
Nesse projeto os radialistas e jornalistas de São Luís foram grandes aliados. O outro nosso ilustre aliado foi o Maestro Nonato. Passamos a fazer festas de escolha do samba enredo do bloco e a divulgação do samba nas emissoras de rádio de São Luís. Para tanto tínhamos que gravar o samba. Mas como e onde?
Éramos um grupo de jovens amantes do samba e tocávamos alguns instrumentos, mas não entendíamos de estúdio, não conhecíamos nada do processo de gravação fonográfica, mas tínhamos uma força de vontade capaz de superar qualquer dificuldade ou obstáculo que se pusesse a nossa frente – éramos a Turma do Saco do Codozinho.
Num bloco carnavalesco a maioria dos músicos são percussionistas e, quando não se tem o costume de tocar num ambiente que integre percussão com instrumentos de corda a coisa às vezes complica. Num estúdio então, é um Deus-nos-acuda. Por isso é que temos muito respeito pelo Maestro Nonato. Ele nos recebia em seu estúdio e nos dirigia horas e horas durante a gravação dos sambas enredo da Turma do Saco. Paciente, competente, músico de notória capacidade educativa, um amante da música, sobretudo da música que fazemos aqui no Maranhão.
Maestro Nonato nos deixava tocando horas a fio e aos poucos ia fazendo um trabalho educativo até que chegássemos a um estado que valesse a pena gravar. Assim foram os primeiros anos, depois fomos aprendendo com ele, mudando o nosso comportamento em estúdio e, consequentemente, extraindo um produto melhor do nosso trabalho musical.
Essa parceria ilustre atravessou os anos 1980, quando a Turma do Saco ganhou uma série de títulos, com o auxílio brilhante do nosso maravilhoso maestro.
Maestro, na verdade o respeito que temos por você foi construído carinhosamente nesse interregno específico da História da Música Popular Maranhense, cuja construção você protagonizou como Maestro, dono do inesquecível grupo Nonato e seu Conjunto, e ainda, como pioneiro na edificação de um estúdio musical, possibilitando que músicos maranhenses tivessem a oportunidade de gravar e difundir os seus trabalhos. Por tudo que fez por nós e conosco, dedico-lhe as minhas palavras, sobretudo, de agradecimento e de reconhecimento da lacuna musical que neste setembro o senhor deixa, após prestar uma relação imensurável de serviços à música maranhense.
Sabemos, maestro Nonato, que para além do seu trabalho como músico, pianista, você teve muitos aprendizes que hoje brilham e ampliam o elenco de discípulos que beberam na fonte de conhecimento musical que você foi. Zé Américo, Valber, Oberdã, Pitomba, são ilustres músicos que continuam o trabalho que você começou em um tempo que ser músico era algo muito difícil.
Por tudo isso, Maestro Nonato, os nossos mais sinceros, saudosos e carinhosos respeitos.

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sábado, 4 de setembro de 2010

O que mais nos falta para definitivamente respeitarmos a natureza?

Há tempos cientistas vêm alertando a humanidade da necessidade que temos de explorar a natureza atentando para os limites que o uso sustentável dos recursos naturais pressupõe.
No exercício da minha profissão observo a resistência que têm os proprietários rurais do Brasil em cumprir o que determina a Lei n.o 4.771, de 15 de setembro de 1965 – o Código Florestal vigente, no que respeita à conservação da área de reserva legal que toda propriedade imobiliária rural deve ter. Propriedades incidentes na região configurada como bioma Floresta Amazônica devem conservar uma área de reserva legal num percentual de 80% da área total do imóvel. No bioma Cerrado, esta área diminui para 35% e, em áreas de Campo a reserva legal é de apenas 20%.
A reserva legal foi instituída com o objetivo de preservar essências florestais nativas e, consequentemente, a fauna característica dos diversos tipos florestais das regiões do país. Isto propicia que as gerações posteriores conheçam os diversos tipos florestais e a respectiva fauna característica de distintos tipos ecológicos.
No Brasil, houve uma época, em que o lema era integrar para não entregar, em que o governo incentivava a colonização como forma de desbravar a Amazônia. Essa política atraiu empreendedores e aventureiros de todas as outras regiões do Brasil, notadamente do Centro-Sul.
Muitos foram os que venderam as terras que tinham em suas regiões de origem e compraram terras baratas e abundantes na Amazônia. Nesse bojo, muitos compraram terras que já constituíam posse antiga de pequenos agricultores autóctones ou saídos de suas terras de origem escorraçados pela violência decorrente dos conflitos pela disputa da posse da terra.
Interessa aqui ressaltar que as leis que regulam sobre o uso da terra já existiam, entretanto essas leis sempre foram flexibilizadas em decorrência de interesses imediatistas acionados não raras vezes em nome do desenvolvimento da nação. É, mas como diz o dito popular, não há que cuspa pra cima que não lhe caia na cara. Aí está o nosso país cuspidinho e escarrado. Mandou desbravar, desmatar, integrar contingentes populacionais das demais regiões à Amazônia, e agora, temos que limpar o rosto nacional cuspido pela vergonha do desmatamento desenfreado, das queimadas, da devastação de florestas, da inutilização de solos outrora férteis, de inúmeros outros crimes contra o meio ambiente. Tudo em nome de um desenvolvimento socialmente injusto, economicamente oneroso e ambientalmente desastroso que não se sabe a quem serve.
A cusparada que desceu em queda livre veio trazendo assoreamento de rios, enchentes incontidas, desmoronamento de morros onde ergueram edificações indevidamente, desabamento de pontes, interrupções de estradas, aumento da média da temperatura, diminuição da umidade relativa do ar, mudanças no regime pluviométrico, alteração do volume de água de vários rios, desabrigo milhares de famílias, mortes, aterramento de casas e famílias inteiras, outros prejuízos, cujos culpados jamais se apresentaram para arcar com os prejuízos.
Esse conjunto de fenômenos, em que pese os esforços do governo no sentido de reverter a situação, tem se repetido periodicamente em regiões diversas do país.
A pecuária é a grande vilã da história, mas a pecuária nos moldes como está configurada no Brasil contou, e isto é fato, com diversos programas de incentivo do governo. Contudo, é hora de formatar a agricultura brasileira (lavoura e pecuária) com uma configuração mais apropriada aos tempos hodiernos. Afinal, a pesquisa nacional já possui tecnologias suficientes para desencadearmos um processo de desenvolvimento mais produtivo, que freie o desmatamento, que cultive sinergia entre os diversos sistemas de produção desenvolvidos no âmbito da propriedade rural, que gere e utilize formas de energia alternativas (aproveitando para isso cursos de água, estercos e outros recursos existentes nas propriedades) que embora intensifique o uso de tecnologia aumente a oferta de postos de trabalho.
Para tanto, é necessário que no âmbito do crédito rural se estabeleça normas condicionantes para compelir os agricultores que dele se beneficiam a empregarem efetivamente tecnologias ditas sustentáveis.
No âmbito da assessoria técnica rural, deve-se estabelecer novas formas de prestação desses serviços, chamando os agricultores componentes da agricultura familiar e da agricultura patronal a estabelecer um pacto de sustentabilidade que envolva o emprego de tecnologia, a conservação do meio ambiente, o emprego de formas alternativas de energia, o aumento da produtividade.
Percebe-se a necessidade da quebra do paradigma agricultura patronal versus agricultura familiar. Não se vislumbra sustentabilidade que enseje justiça social e um ambiente de paz e harmonia no campo enquanto a agricultura patronal e a agricultura familiar não perceberem formas de parceria sustentáveis entre si. Sem esquecer as diferenças que marcam essas categorias, creio na possibilidade de estabelecimento de formas sustentáveis de relação ( socialmente justa, economicamente vantajosas às partes, ambientalmente respeitáveis e, o que é essencial, juridicamente delimitadas) que agregue vantagens aos dois segmentos, integrando interesses na segmentação da produção de bens, conforme o interesse das partes.
Do lado do estado, vê-se a necessidade urgente de evitar dissipação de formas de energias técnica e administrativa, evitando a prática de multiplicidade de ações desordenadas em diversos entes oficiais que embora façam atividades semelhantes não compartilham o fluxo das informações resultantes dos seus afazeres. Com respeito ao cuidado com o meio ambiente, poderíamos ter uma ação bem mais abrangente se os órgãos fundiários (federal e estadual), as instituições financeiras aplicadoras de crédito rural e os órgãos ambientais (no âmbito das unidades da federação e da União) trocassem informações e saberes entre si, estabelecendo, desta forma um sistema com ações, capacitação, arcabouço salarial e informações conexas e sistematizadas, em que, cada um dos entes pudesse usar as informações de acordo com os seus interesses.
Possível é que este seja um modo mais trabalhoso de se executar ações, todavia, é mais eficiente, mais eficaz, integrado, e se bem conduzido, contará com um fluxo de informações mais abundante e devidamente sistematizado, e prontamente disponível.
De uma coisa temos certeza, nada é mais oneroso à humanidade do que as catástrofes e as intempéries que estamos submetidos a cada ano em decorrência dos maus tratos e dos descuidos com que temos tratado a questão ambiental. Chega de tantos prejuízos, nada mais nos falta para corrermos em socorro de nós mesmos cuidando dessa nossa parte chamada de natureza.

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