Logo que eu escrevi sobre a minha querida Rosário, terra onde eu nasci, a amiga Socorro Cavalcante, lá do Rio de Janeiro, quando leu não se conteve, e despachada como é, não deixou pra depois: “- E aí Preguinho, não vais escrever sobre o Codozinho, não?”. Não se contendo, foi adiante, dizendo: “- ...te lembra que lá teve Zé Pedrada, Carmem Trovão, Catá, e muitas outras figuras peculiares”. Claro, que eu entendo o que Socorrão estava dizendo e, embora os artigos que de agora em diante escreverei sejam, de alguma forma, para pagar essa dívida com o Codozinho, não seguirei plenamente o raciocínio que ela sugeriu, mas aqui e ali não omitirei as histórias e estórias que muito nos divertem – digo, que divertem os filhos do Codozinho, meus contemporâneos, quando nos encontramos.
São Luís é uma cidade de muitas histórias, com tantas sutilezas, que só as entendemos quando interagimos com essas histórias. Em se tratando de história, este é um termo que no bairro do Codozinho deveria ser grafado assim hestória. É, porque sendo aquele um bairro de tantas histórias e estórias, nunca sabemos onde termina a que contada com H e a que se conta com E. Na verdade, ali as duas se misturam de forma que muitas vezes as histórias do Codozinho parecem ficção e as estórias que se contam de lá soam como verdadeiras diante de personagens como por exemplo, Jorge Cavalcante, irmão da nossa querida Socorro, cujo escopo é de personagem fictício, daqueles que só vemos nos desenhos animados, nas revistas em quadrinhos da minha época de criança, mas não é, o nosso querido Jorge existe em carne e osso e foi nosso contemporâneo de Codozinho.
Não precisa ser um grande observador para ver que o bairro de São Pantaleão constitui-se de uma formação espontânea, comum à ilha de São Luís, construído sob a égide do que em São Luís os setores mais progressistas chamam de ocupação, e os mais reacionários chamam de invasão. Como podemos observar, em São Luís ocupação e invasão é uma questão de ótica e posição. Depende do que é visto do lugar em que se está.
O Codozinho, a exemplo de todos os outros bairros de São Luís que não integram os conjuntos residenciais, é originado da conjunção formada, entre outras coisas, pela preguiça e aversão portuguesa ao planejamento e da criatividade do povo brasileiro, em especial, o maranhense, para transformar espaços vazios, íngremes, insalubres e áreas de mangues, em espaços habitados, historicamente (ou hestoricamente) dinâmicos.
Tanto é assim que em São Luís, o que dá nome aos bairros constituídos espontaneamente é a própria história da forma e da dinâmica como estes se constituíram. Quem pensa que um bairro se faz de várias ruas, em São Luís, “quebra a cara”, porque ali pouco ou nada se define geograficamente, mas social e/ou historicamente. Compreendeu? Eu estou dizendo que aqui é a história que define a geografia e tudo mais que se seguir a esta.
Se situe. Partindo da Praça Deodoro, pela Rua do Passeio, rumo ao Cemitério da Saudade, em frente ao Cemitério vire à esquerda e se depare com uma bifurcação que era chamada de Ferrinho (uma referência ao antigo Ferro de Engomar, comércio que outrora ocupava o prédio que forma aquela bifurcação da Praça João Lisboa, separando a Avenida Magalhães de Almeida da Rua Afonso Pena). Pois bem, seguindo o muro do cemitério entra-se no bairro do Lira; se tomarmos à esquerda da do Ferrinho, estaremos na Rua Euclides da Cunha, a Rua Branca, ou Codozinho de Cima. É daí que eu passo a contar as hestórias que se seguirão a este artigo. Para que você não fique interrogando a razão de uma rua que se intitula bairro ter tanto sinônimo eu lhe explico apenas que paralela à Rua Euclides da Cunha, está a Rua Álvares Cabral, Rua Creme ou Codozinho de Baixo. Bem, como diz o velho ditado popular, para um bom entendedor, meia palavra basta.Agora está dado o pontapé inicial, então eu recorro a nossa querida Socorrão pra dizer que a dívida começa a ser amortizada aqui. Beijo grande a todos os amigos e amigas do Codozinho e, fiquem ligados, porque aí vem hestórias...
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São Luís é uma cidade de muitas histórias, com tantas sutilezas, que só as entendemos quando interagimos com essas histórias. Em se tratando de história, este é um termo que no bairro do Codozinho deveria ser grafado assim hestória. É, porque sendo aquele um bairro de tantas histórias e estórias, nunca sabemos onde termina a que contada com H e a que se conta com E. Na verdade, ali as duas se misturam de forma que muitas vezes as histórias do Codozinho parecem ficção e as estórias que se contam de lá soam como verdadeiras diante de personagens como por exemplo, Jorge Cavalcante, irmão da nossa querida Socorro, cujo escopo é de personagem fictício, daqueles que só vemos nos desenhos animados, nas revistas em quadrinhos da minha época de criança, mas não é, o nosso querido Jorge existe em carne e osso e foi nosso contemporâneo de Codozinho.
Não precisa ser um grande observador para ver que o bairro de São Pantaleão constitui-se de uma formação espontânea, comum à ilha de São Luís, construído sob a égide do que em São Luís os setores mais progressistas chamam de ocupação, e os mais reacionários chamam de invasão. Como podemos observar, em São Luís ocupação e invasão é uma questão de ótica e posição. Depende do que é visto do lugar em que se está.
O Codozinho, a exemplo de todos os outros bairros de São Luís que não integram os conjuntos residenciais, é originado da conjunção formada, entre outras coisas, pela preguiça e aversão portuguesa ao planejamento e da criatividade do povo brasileiro, em especial, o maranhense, para transformar espaços vazios, íngremes, insalubres e áreas de mangues, em espaços habitados, historicamente (ou hestoricamente) dinâmicos.
Tanto é assim que em São Luís, o que dá nome aos bairros constituídos espontaneamente é a própria história da forma e da dinâmica como estes se constituíram. Quem pensa que um bairro se faz de várias ruas, em São Luís, “quebra a cara”, porque ali pouco ou nada se define geograficamente, mas social e/ou historicamente. Compreendeu? Eu estou dizendo que aqui é a história que define a geografia e tudo mais que se seguir a esta.
Se situe. Partindo da Praça Deodoro, pela Rua do Passeio, rumo ao Cemitério da Saudade, em frente ao Cemitério vire à esquerda e se depare com uma bifurcação que era chamada de Ferrinho (uma referência ao antigo Ferro de Engomar, comércio que outrora ocupava o prédio que forma aquela bifurcação da Praça João Lisboa, separando a Avenida Magalhães de Almeida da Rua Afonso Pena). Pois bem, seguindo o muro do cemitério entra-se no bairro do Lira; se tomarmos à esquerda da do Ferrinho, estaremos na Rua Euclides da Cunha, a Rua Branca, ou Codozinho de Cima. É daí que eu passo a contar as hestórias que se seguirão a este artigo. Para que você não fique interrogando a razão de uma rua que se intitula bairro ter tanto sinônimo eu lhe explico apenas que paralela à Rua Euclides da Cunha, está a Rua Álvares Cabral, Rua Creme ou Codozinho de Baixo. Bem, como diz o velho ditado popular, para um bom entendedor, meia palavra basta.Agora está dado o pontapé inicial, então eu recorro a nossa querida Socorrão pra dizer que a dívida começa a ser amortizada aqui. Beijo grande a todos os amigos e amigas do Codozinho e, fiquem ligados, porque aí vem hestórias...
Um comentário:
Eu, como uma geração mais nova do "codozinho" fico muito feliz em conhecer boas histórias vividas aqui, seja sempre muito bem vindo. Obrigada!
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