O ministro Joaquim Barbosa é o
primeiro negro a exercer a função de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
e, da mesma forma, o primeiro negro a chegar à presidência do STF. De origem
pobre, de destacada imparcialidade nos seus julgamentos, homem de coragem, reconhecido
saber no âmbito da sua função, ministro que mais se destacou no julgamento do
mensalão, hoje de grande notoriedade nacional e internacional.
Apesar de todas as qualidades que
lhe credenciam à ocupação do cargo, desde a condenação dos rapaces de colarinho
branco envolvidos no conhecido caso mensalão, ao que tudo indica, uma parte da
elite brasileira vive inconformada com o ministro Joaquim Barbosa. O ministro
não se intimida com posturas do tipo “sabe quem sou eu?”, ou com recomendações
como “procure o seu lugar”. Isso tem irritado muitos dos seus interlocutores
ultimamente.
Observo que recentes reclamações
ou mesmo pichações de uma elite inconformada porque o ministro Joaquim Barbosa
tendo a origem que tem não lhes baixa a cabeça, nem tem medo ou vergonha de
lhes mostrar o nariz arrebitado. Esse inconformismo se revela em frases como
“não está talhado para o cargo que ocupa”, “não tem postura condizente com o
cargo que exerce”, “temperamento incompatível com o cargo”, dentre outras
pérolas da mesma estirpe.
Tudo que se lê nesse sentido soa
como se dissessem que o ministro que teve a coragem de condenar rapaces
abomináveis da elite brasileira está andando além daquilo que deveria, ou seja,
tendo chegado no lugar em que chegou deveria mesmo era se conformar, gozar dos
privilégios do cargo e deixar o protagonismo para os seus pares da elite; ou
ainda, que ele, o ministro Joaquim Barbosa, deveria ser mais discreto e empinar
menos o seu nariz chato, pois assim evitaria de parecer com, ou superar os
ministros que lhe antecederam no cargo em que ocupa no momento. Também se pode
sentir a inveja que sentem aqueles que se acham mais do que o ministro Joaquim
Barbosa ao vê-lo hoje uma sumidade nacional, abraçado pelo povo brasileiro por
ter feito o que todos nós brasileiros das classes mais populares esperamos há
séculos dos homens que fazem a Justiça brasileira.
Em síntese, de nada adianta o
disfarce de acusar o ministro de intolerância, quando os que o acusam não
toleram ser encarados por interlocutores como ele. Por favor, elite brasileira
inconformada e contrária à condenação dos seus iguais, deixe o ministro exercer
o cargo da forma como ele sabe, mesmo que seja diferente dos seus antecessores.
Ele tem competência para tanto e todos nós sabemos. Por gentileza, deixe de
culpá-lo de intolerância com os diferentes, pois afinal de contas o diferente
dentre os vossos filhos é ele. Afinal há mais de 500 anos ele bate com a cabeça
no teto de vidro que pairava sobre si. Ele conseguiu e não sabemos se outro de
nós conseguirá em breve tempo ou se precisará de mais 500 anos.
Ah, antes que eu me esqueça, não
adianta querer colocar nódoas sobre os méritos do ministro Joaquim Barbosa, de
nada adiantará o vosso disfarce, todos sabemos do quanto andas aborrecida pela
firme decisão e pela perseverança dele em mandar os vossos filhos rapaces para
a cadeia. Não adianta tentar demovê-lo repetindo mentiras, fazendo chacotas, ou
usando outras formas de disfarces para denegrir o caráter do ministro, afinal
nem todos os seus filhos são insensatos e arrogantes, há aqueles que estão
verdadeiramente focados nos méritos do presidente do STF. Já é tempo de darmos
“a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, então deixe de sentir nojo
das mãos que limpam as vossas sujeiras.
Obrigado por comentar.
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