Os ventos que sopram atualmente
nos quatro cantos do país são indicativos de que é necessário mais que uma
reforma para colocarmos a nação nos caminho que o povo brasileiro deseja, é
preciso reinventar o Brasil.
Como brasileiro, sinto a
necessidade de ir além do protesto e ser proativo no que respeita à indicação
de caminhos que devemos seguir para ter uma nação reinventada mais ajustada ao
gosto e às demandas dos brasileiros.
Neste momento, quando as palavras
de ordem que emanam das ruas exigem punição aos corruptos e extinção da
corrupção, melhorias na qualidade dos serviços de saúde e educação, melhor
administração dos recursos públicos, creio que a melhoria do projeto energético
contribuirá também para que os ajustes solicitados sejam realizados.
Desde os planos nacionais de
desenvolvimento desenhados pelos governos militares o Brasil tenta resolver os
seus problemas a partir dos chamados megaprojetos. Alguns nem saíram do papel,
outros foram iniciados, porém jamais totalmente terminados. Outros foram
prontamente construídos e lograram êxito, como é o caso da ponte Rio- Niterói.
Ora, o leitor bem que poderia me
perguntar: - o que tem de errado com os megaprojetos? Eu diria que se bem
desenvolvidos, poucos problemas poderão decorrer deles. Contudo, o erro é, num
país da dimensão e com a diversidade do Brasil, pensarmos que todo e qualquer
problema só poderá ser solucionado a partir de soluções caríssimas, como os
chamados grandes projetos.
No tocante à produção de energia
elétrica, desde a construção das grandes usinas hidrelétricas o país passou a
negligenciar uma gama diversa e imensa de “pequenas” soluções que poderão
agregar imenso valor ao projeto energético brasileiro.
O meio rural brasileiro é cheio
de possibilidades de geração de energia elétrica a partir de recursos como
carneiro hidráulico, rodas d´água, energia solar, eólica, biodigestores, dentre
outras. O incentivo à diversificação da produção de energia elétrica nos
permitiria dinamizar o imenso potencial hídrico, hidráulico, eólico, solar e
bioenergético existente no meio rural brasileiro.
É necessário, porém que o governo
incentive pequenos projetos como esses e até premie prováveis formas inovados
de geração de energia que poderão surgir.
Na minha vivência como agrônomo
vi proprietários rurais abdicarem da geração da energia doméstica para
usufruírem da energia da rede pública, simplesmente porque jamais tiveram algum
tipo de incentivo para continuarem a produzir a energia necessária a sua
propriedade.
Hoje temos tecnologia que
possibilita aos avicultores a produção da energia necessária ao consumo dos
seus empreendimentos, a partir de biodigestores cuja matéria-prima é a própria
cama de galinha. Infelizmente, no Brasil, nem chega a 1% o números de avicultores
que produzem energia elétrica a partir do esterco de galinha. Essa é uma
prática que deve ser incentivada, porque desonera o governo ao mesmo tempo em
que disponibiliza maior quantidade de energia gerada pelas hidrelétricas para o
consumo urbano.
Já é hora de promovermos maior
interação entre a universidade produtora de tecnologia e o meio rural
brasileiro. É necessário que se crie linhas de crédito específicas com
condições especiais para aqueles que desejem dinamizar o potencial de suas
propriedades na produção de energia. Da mesma forma, urge que o governo
disponibilize meios de aquisição da energia excedente oriunda da produção
diversificada do meio rural. É necessário incentivar estudantes, profissionais
atuantes no setor energético, cientistas, inventores que contribuírem à
produção de energia elétrica alternativa e limpa.
Creio que desta forma reinventaremos um Brasil
energeticamente auto-suficiente e sustentável no que diz respeito ao
aproveitamento dos recursos naturais e do potencial energético disponíveis. Obrigado por comentar.
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