segunda-feira, 18 de abril de 2016

A revolução dos banqueiros, Fiesp e Cia Ltda.



O circo está armado. A Rede Globo apresenta: “Respeitável público, agora atingimos o mais alto grau da crise”. O Juiz Sérgio Moro age como um ferrenho militante do PSDB, grampeando os telefones da presidente Dilma, do ministro Lula e vai além – publica de imediato o diálogo do ministro com a presidente. Tudo armado. Inocentes úteis que nem sabem que estão a serviço dos banqueiros, Fiesp e Cia. Ltda., vão para a frente do Palácio do Planalto e dizem palavras de ordem que aos nossos ouvidos soam como: “Tira Dilma, Bota Aécio”. “Prende Lula, pois, assim acaba a ladroagem do país. Lula é o maior ladrão da história desse país”. “Nunca houve roubo aqui antes de Lula e Dilma”.
A elite que sempre mandou no país e agora vê-se fora do poder, embora nada tenha perdido durante a “Era Lula”, não aguenta mais ficar fora do poder e o quer a qualquer custo. Seus lucros cresceram, seus patrimônios aumentaram, mas, agora isto não lhes basta mais. Age com o mesmo cego ódio que motivara o Carlos Lacerda durante os governos de Vargas e de Juscelino. Agride, insulta, desacredita o governo diante da opinião pública de forma mecânica, motivada pela ira que lhe provoca um governo que disponibiliza dinheiro para pobres, que proíbe relações escravistas no campo, que zela por relações de trabalho que respeitem as leis.
Finge que é contra a corrupção, esta praga que massacra o país desde que aqui atracou a primeira caravela. Nada disso, tudo não passa de misancene. Na verdade, têm um único alvo – uma parte do governo que eles chamam de “o governo do PT”. Aliás, esta expressão, “governo do PT”, foi forjada com o fito de salvar a própria pele. Como dizia a rapaziada lá da Praça da Saudade (em São Luís) “cachorro não come cachorro”. A elite descontente jamais dilacerará a própria carne. Por isso criou a expressão “governo do PT”. Dessa forma canaliza o foco de todo problema do governo apenas para a parte governista que é diretamente identificada com o Partido dos Trabalhadores. Protege a outra parte porque com essa pretende se articular na formação de um novo governo – o governo dos banqueiros, cujos ministros serão representantes das instituições financeiras, como Joaquim Levi e outras pessoas de semelhante perfil. Todos perfeitamente alinhados com o pen$amento do “mercado”.
Essas pessoas se vestem de verde e amarelo e vão para as ruas gritar “Fora Dilma”, “Cadeia para o Lula” e, logo depois, sentam nos mais finos restaurantes de São Paulo e vão refrescar a garganta com champagne e caviar. Fazem o tipo cantado pelo saudoso Billy Blanco, “Não fala com pobre, não dá mão a preto, nem carrega embrulho”. Para esses brasileiros o país nada vale se eles não estiverem mandando, dando as cartas. Não querem que o baralho seja embaralhado pelo povo, porque, quando este embaralha, eles não pegam o Coringa. Para eles, de nada vale o estado de direito, querem apenas restabelecer o estado da direita.  Essa elite não se comove com a seca do nordeste, ou a enchente do sul. Para ela, a única coisa que importa são os desejos, as reações do mercado.  
Não possui liderança capaz de distribuir seu carisma por entre as massas. Por isso, deseja a morte política do Lula. Assim extermina a referência política das camadas populares, deixando-lhes o sentimento de orfandade e a incapacidade de rejeitar quaisquer dos seus escolhidos. O lado bom de todo esse conflito é que enquanto a direita canaliza toda a sua força para expor o governo Dilma ao ridículo, ela se expõe com todo o seu radicalismo. E, por favor, não venham me falar de ação imparcial do juiz Sérgio Moro. Toda a sua ação é milimetricamente sincronizada com as ações da direita oposicionista, ou melhor, da direita golpista. Tudo que se vê é uma quase repetição da história e, ninguém pode dizer que não sabia. Prestem atenção, lacerdistas de plantão, quando vocês acordarem talvez já seja tarde para recorrerem ao perdão dos Juscelinos, pois eles não estarão mais aqui, ou pode lhes faltar forças para o perdão, a resignação, diante de tanta maldade por vós praticada.

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